O bilionário Elon Musk anunciou a suspensão da compra do Twitter até que a empresa de microblogs prove que menos de 5% de suas contas é falsa – isto é, não corresponda a uma única pessoa física ou empresa.
Esta é a alegação pública, mas soa estranhíssimo que o homem que pregava a “liberdade total”, até mesmo para fakenews e discursos de ódio, nas redes esteja agora preocupado com uma auditoria do número de bots na empresa que está comprando por estratosféricos US$ 44,5 bilhões.
Valor que o obrigaria a realizar em moeda física parte de seus investimentos financeiros, que ele próprio diz estarem em bitcoins e outras criptomoedas.
Em reportagem da Bloomberg, reproduzida pelo O Globo, ontem, diz-se que o Bitcoin, a criptomoeda mais transacionada, e o Ether caíram mais de 50% desde seus recordes no final do ano passado.
Portanto, estender ou mesmo cancelar a compra, valendo-se do argumento de que as contas falsas estariam inflando o número de usuários do Twitter pode ser uma chicana para evitar ter de se desfazer de seus ativos virtuais de criptomoedas em meio a uma forte baixa, usando, ele próprio de fakenews como justificativa.
A legião de bots bolsonaristas, que já andava de orelhas murchas por Musk ter dito que concordava com alguns mecanismo de checagem de postagens, agora sofre um duplo revés, porque chama a atenção para o fato de que os “fabricadores de perfil” servem como fator de perda de valor para as redes sociais. Ou, pelo menos, como alegação de que valem menos.