Paulo Guedes diz que dar reajuste aos servidores públicos “é uma desonra com as futuras gerações”, porque isso significaria que “a inflação vai voltar, vamos mergulhar no passado, vamos nos endividar em bola de neve.
Vejam que curioso: quem levantou a necessidade de reajuste aos servidores, mais que qualquer sindicato ou associação de servidores, foi Jair Bolsonaro.
Foi ele quem anunciou um reajuste geral do servires, admitindo que estavam há três anos sem correção nos vencimentos. Lá nas Arábias, declarou:
A inflação chegou a dois dígitos. Conversei com o [ministro da Economia] Paulo Guedes e, em passando a PEC dos Precatórios, tem que ter um pequeno espaço para dar algum reajuste. Não é o que eles [servidores] merecem, mas é o que nós podemos dar. Todos os servidores federais, sem exceção”.
A PEC passou e com mais do que o dobro do “espaço”, porque incluiu também uma mudança de cálculo que mais que dobrou o “calote” das dívidas judiciais.
Mas, o “todos os servidores, sem exceção” virou, claro, reajuste para os “favoritos” de Bolsonaro: os policiais federais, para os quais o mesmo Guedes pediu a reserva de R$ 2,5 bilhões para dar-lhes o aumento que Jair Bolsonaro concedeu, de olho nas eleições.
Guedes, o que fala em “honra”, é quem não pode mais levar esta palavra à boca.
De superministro, virou o “super-sabujo” presidencial.
Faz tudo o que Bolsonaro manda e diante do espanto de todos, ainda acha que atender aos caprichos presidenciais e seus compromissos com o “Centrão” valida-se porque “é política”.
Guedes virou um “explicador” das mentiras demagógicas de Jair Bolsonaro, que não à toa tem a confiança de apenas 13% da população naquilo que diz, segundo o Datafolha.
Só tem um pequeno problema para isso: é o de que ser tornou tão ridículo que ninguém acredita nas suas “explicações”.
Guedes não é um Ministro da Economia, é um guarda-livros de Jair, e péssimo guarda-livros, daqueles que pega o pincelzinho para apagar os números reais e transformar vermelho em azul.