Recuo na privatização de postos de saúde não desmente a intenção

A Secretaria de Governo da Presidência da República soltou nota dando o dito pelo não dito em relação ao decreto que leva a assinatura de Jair Bolsonaro, dizendo que abriria estudos para entregar à iniciativa privada as Unidades Básicas de Saúde – os postos de Saúde do SUS.

Diz o texto, lavrando na base do mais puro “muito antes pelo contrário” que o decreto presidencial “é tão somente permitir que sejam realizados ou contratados estudos multidisciplinares (econômico-financeiros, gerenciais, políticos, jurídicos e sociais) para alimentar o governo de dados e informações sobre a atual situação das UBS, eventuais opções existentes para a melhoria das UBS, possibilidade de parcerias com a iniciativa privada e, por fim, a viabilidade (ou inviabilidade) de aplicação concreta daquelas alternativas”.

Nunca se soube que era necessário decreto para autorizar estudos e não faz sentido contrata-los externamente, como consultoria, sem deixar de perceber o óbvio: que é o interesse do “estudioso” que determinará o seu olhar. Na saúde e na economia, aliás, o país dispõe das melhores consultorias para avaliar a gestão dos postos de atendimento primário à Saúde.

Como se antecipou bem cedo, a ideia é, desde que foi formulada, destinada ao cesto de lixo.

Mas isso não anula o fato de que há gente, na equipe econômica de Paulo Guedes que não hesita em vender qualquer coisa e não treme diante da ideia de abolir até o que temos de atendimento médico.

E que, barrada esta maldade, por sua óbvia monstruosidade, tentarão outras, com a cobertura de um presidente que acha que quem entende de medicina é Donald Trump

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