Virou folclore do futebol uma frase infeliz do comentarista Ruy Porto, ao dar uma “palinha” sobre um jogo que, ao 40 minutos do segundo tempo estava zero a zero e acabou lascando essa: “se nenhum dos times fizer um gol, vai terminar em empate”.
O comentário valeria hoje para definir os últimos dias do confronto entre o “Renda Brasil” e o “teto de gastos”.
O Renda tem a preferência das arquibancadas, da torcida verde-oliva e a torcida já quase desabrida do Presidente, que espera sair do jogo carregado nos braços da galera. O “teto” conta com os cartolas em geral e a dos comentaristas econômicos da imprensa “falada escrita e televisada”, como se dizia naquele tempo.
O time do Teto está recuado, com o árbitro distribuindo cartões amarelos a Guedes: não pode entrar de sola no abono salarial e com menos de R$ 300 não se pode ir além do meio-campo. O resultado é que tem de jogar na retranca e se comportar disciplinadamente diante das broncas do juiz: mão para trás e muito “sim, senhor, desculpe, não foi intencional”.
Já a equipe da Renda, tenta enfrentar a linha de impedimento criada pela turma do Teto: ano que vem não se pode gastar menos do que o Orçamento original de 2020. com uma pífia correção inflacionária.
Sim, como se dizia no futebol, é uma “linha burra”, porque acaba sendo atropelada pelas necessidades do país.
O tempo regulamentar se extinguir na segunda-feira, mas por conta da pandemia o prazo de apresentação da Lei Orçamentária para 2021 foi prorrogado para 31 de outubro.
Tudo indica que não haverá decisão agora, exceto a de estender, ao que parece que em R$ 300 mensais, o auxílio-emergencial até o final do ano, uma vez que o Orçamento deste ano aboliu as regras do jogo fiscal.
Mas, ao contrário do jogo comentado por Ruy Porto, é mais provável que o jogo termine com um placar magro de 1 a 0 a favor do Renda sobre o Teto, por decisão do juiz.
Mas, depois dos 600 a que a torcida se acostumou, pode acabar soando como derrota para ambos.