Se não fosse o ‘intervencionismo’, gasolina estaria a R$ 12

Foi preciso uma guerra para que o “mercado” aceitasse, quase sem traumas, que é absurda a tal “política de paridade de preços” adotada nos últimos anos pela Petrobras.

Há um mês, quando Lula anunciou que ia revogá-la, choveram protestos contra o “intervencionismo” do ex-presidente.

Agora, até um parvo como Jair Bolsonaro percebe que não se pode lançar sobre os brasileiros uma elevação de preços que chega a 37% em um mês e 60% desde o início do ano.

O preço da gasolina, com a “paridade” deveria ir para R$ 12 reais o litro.

Só que há outras questões. E a maior delas é que não basta travar o preço, porque a estagnação da capacidade de refino nacional e a privatização das refinarias em marcha nos torna muito dependentes da importação de gasolina e outros derivados que são comprados no mercado internacional.

A diferença será coberta, ao que tudo indica, com subsídios do Tesouro (embora isso fique encoberto pela alegação de que isso será feito com o “lucro da Petrobras que, por óbvio, são recursos públicos.

Ainda assim, algum aumento será aplicado nas bombas, porque o impacto total dificilmente será absorvível, num prazo médio, pela Fazenda.

Não é o único front de ameaças inflacionárias, até agora subestimado pelo “mercado”, sobretudo nos alimentos, onde tanto o preço do que se importa quanto do que se exporta subiu acentuadamente.

A propósito, falou-se aqui da importância do petróleo e da Petrobras como gestora de sua produção ser tão grande que até um parvo como Bolsonaro a entende.

Mas há mais parvos – ou bem pior que isso – que acha que a Petrobras “é atrasada” e que o petróleo é “um combustível que o resto do mundo já não está mais usando.” O nome dele é Sergio Moro, numa declaração em que tinha como companhia o tal Mamãe Falei.

Talvez ele pense que vender o Brasil, como o seu ex-maigo acha das ucranianas, “é fácil porque ele é pobre”.

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