Se os governos não agem, só o vírus age

No seu canal de Youtube, o médico Miguel Nicolelis, alerta para o que está se tornando uma obviedade: como as autoridades públicas não controlam o “liberou geral” da circulação das pessoas, a circulação espantosamente alta do “coronavirus ômicron” vai acabar descontrolando o funcionamento da vida social e econômica, além de levar ao óbvio e previsível colapso dos sistemas de saúde.

É inacreditável que um estado como o Rio de Janeiro suspenda cirurgias eletivas e, até agora, mantenha o desfile de escolas de samba na Sapucaí.

A doença está tomando o freio nos dentes e disparando sem qualquer reação adequada à gravidade com que se espalha.

Na farmácia ao lado de casa, de uma grande rede, agora cedo, segundo a funcionária que aplica testes – a mais capacitada a informar, portanto – 12 de 22 funcionários estão afastados por Covid. Mil dos 14 mil garis cariocas, idem. Ou que 1.400 profissionais de Saúde estejam sem poder trabalhar, isolados.

Estamos diante de uma situação que lembra o desastre do canion do Capitólio: as pedras estão caindo, as pessoas estão avisando e continuamos parados, inertes, como se nada estivesse acontecendo.

Antes de investigar as causas da erosão da rocha, o óbvio é dizer que “saiam daí”.

Não é notícia que o Instituto de Métricas em Saúde da Universidade de Washington tenha revisado, ontem, sua estimativa diária de casos (reais, não apenas “oficiais”) para o Brasil esteja entre seis e sete milhões diários.

No máximo, vemos “especialistas” discutindo se a nova variante é mais ou menos letal, se ela sinaliza o fim da pandemia e até mesmo escutando o energúmeno presidente da República dar “boas-vindas”à ômicron.

Ouça um trecho do áudio de Nicolelis (na íntegra, aqui)e compare com o que você escuta na televisão para perceber que o cenário de alienação é pior, muito pior, do que você pensava.

 

 

 

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