Sem ‘estoque de vento’, apagão seria certeza. Mas é ameaça

Na última quarta-feira, às 9 horas da manhã, as usinas eólicas do Nordeste tiveram seu pico histórico de produção: 10.612 megawatt. No dia, a produção média ficou perto de 9 mil megawatt/hora, 77,5% de toda a produção de energia elétrica do Nordeste.

Isso quer dizer que foram estocados, por conta do vento, perto de 900 milhões de metros cúbicos de água que deixou de ser vertida dos reservatórios das hidrelétrica apenas naquele dia.

É graças a isso que o Brasil ainda não tenha certeza de que terá um apagão, embora, como anuncia a Folha, tenhamos chegado a uma situação em que o Governo emite alerta de emergência hídrica em 5 estados e vai criar comitê para acompanhar setor elétrico .

Os que debocharam daquela frase de Dilma Rouseff sobre “estocar vento” com as usinas eólicas deveriam estar agora se penitenciando.

A situação só não é pior por conta da desaceleração econômica, que fez o consumo de energia estagnar em torno de 63 mil MWh médios desde 2016.

A água represada nos reservatórios do Sudeste e Centro Oeste – que respondem por 70% da capacidade nacional – está em 32% do volume no início da estação seca e é provável, sem uma mudança inesperada no regime de chuvas, vai ficar abaixo dos 10% en outubro/novembro, quando se inicia a estação chuvosa.

Para a economia, isso significa vários meses de bandeira vermelha aumentando as contas de energia e a inflação. Isso se não vierem novos aumentos para segurar o consumo e evitar um racionamento politicamente desastroso.

Então, é bom que o governo torça para que a temporada de ventos, fortes agora no Nordeste, sobretudo, ajude o Brasil a estocar vento na forma de água nas represas.

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