Tão ruim que foi de propósito?

Quem assistiu, ontem, a sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara na qual se frustrou a tentativa de votar antes da Semana Santa a admissibilidade da reforma previdênciária ficou com uma dúvida, apenas.

Não sabe se a base parlamentar do Gverno Bolsonaro apenas é um desastre ou se o Governo Bolsonaro quer que ela seja um desastre.

A inversão de pauta exigida pelo “Centrão”era um expediente muito fraco, se seu objetivo era retardar a votação do parecer do relator. Não havia sequer oradores para contraditar o projeto do Orçamento Impositivo cujo exame foi posto à frente da Previdência.

Infantilmente, os deputados do PSL começaram a brigar contra isso e o resultado foi vexaminoso: não só deixaram que se arrastasse por horas uma tola discussao sobre ler ou não ler a ata da sessão anterior como bateram o pé e se obrigaram a uma derrota acachapante: 50 votos contra cinco.

Houve um detalhe, porém, que tem escapado à análise sobre este fiasco. Os líderes Joice Hasselmann e  o “pistola” Delegado Waldir, desta vez, sequer participaram da discussão, embora o PSL tenha lotado as cadeiras da comissão. Estava lá apenas o inútil líder Major Vitor Hugo, cuja presença é menos importante do que a ausência.

E ninguém descarte que tenha sido proposital, para prolongar mesmo a lenta agonia a que a reforma está sendo submetida.

Bateram cabeça todo o tempo e contaram com a ajuda luxuosa dos representante do Novo, que só tornaram mais agressivo o Centrão, acsando os deputados de chantagem e de aprovarem emendas para facilitar os desvios de verba.

Ninguém se espante se, além de ter ficado para a semana que vem, a votação da reforma na CCJ ainda produza surpresas desagradáveis para o “mercado”, com a apresentação de um relatório alternativo ao oficial.

Se isso partir do “Centrão”, é muito provável, vence fácil a votação.

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