Na coluna de Monica Bergamo, na Folha, há a informação de que o auditor-falsário do Tribunal de Contas que inseriu no sistema do TCU o “pedaço de relatório” onde se dizia que as mortes pela Covid eram “apenas a metade” das registradas pelo SUS foi provocada pela atitude de seu pai, que é amigo de Jair Bolsonaro e teria levado a ele a informação que expôs na sua “conversa do cercadinho” na manhã da última segunda-feira.
É só mais uma mentira esfarrapadas neste governo de teatro do absurdo.
Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, o auditor-falsário, injetou o texto no sistema do Tribunal na noite de domingo, perto das 19 horas.
E Bolsonaro, às nove horas da manhã de segunda-feira, dizia “já ter passado” a “três jornalistas” de sua confiança.
Tudo, claro, muito “casual”, mas a história pode se complicar porque o despacho do ministro Bruno Dantas, corregedor do TCU, publicado por Josias de Souza, no UOL, já manda apurar internamente – antes mesmo da abertura do inquérito que pede à presidente do órgão, Ana Arraes, que requeira à Polícia Federal – todos os documentos compartilhados pelo auditor na plataforma usada pelo Tribunal “no período de 1/1/2021 até a presente data, bem como eventuais trocas de mensagens via Teams ou e-mails enviados pelo referido servidor, no mesmo período, que façam referência aos termos “Covid”, “mortes” ou “supernotificação”.
A presidente do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, acaba de acatar o despacho do corregedor do tribunal, e mandou abrir inquérito administrativo e de pedir inquérito policial, horas depois de a CPI da Pandemia ter formalizado sua convocação para depor.
Todo o esforço do Planalto, agora, vai ser no sentido de fazer Jair Bolsonaro vítima de um aloprado que o induziu a erro.
Não é. Ao contrário, ele é quem induz pessoas a crimes, como este praticado pelo auditor bolsonarista.