Tremores de terra e chuvas intensas e contínuas, infelizmente, não devem ser tratados como causas prováveis do acidente nas barragens da Samarco. Chuvas – que não têm sido constantes na região – e pequenos abalos acontecem a toda hora. Claro que podem contribuir para um desastre, mesmo fraca sua intensidade.
É preciso que os técnicos façam suas avaliações, mas o papel da imprensa é informar o que havia de diferente numa estrutura que estava ali há anos, sem se romper.
E o fato objetivo é que as duas estruturas que se romperam – a primeira, de rejeitos sólidos e a segunda de água – estavam passando por obras recentes de ampliação, que visavam aumentar em pelo menos 10 metros a sua altura.
As obras se iniciaram há pouco mais de três meses e são de grande porte, pois previam 550 contratações de operários e técnicos e durariam um ano e meio, pelo menos. O contrato, assinado em maio, estendia-se até outubro de 2016. Nada pequeno, portanto.
E o que eram?
Um alteamento da barragem para a cota 940 metros (sobre o nível do mar) sobre uma altura que, em 2013, se elevava até a cota 920 metros s.n.m.. Já havia a previsão de elevá-la à cota 930 metros no relatório aqui divulgado mais cedo, que já apontava riscos em 2013.
A empresas Integral Engenharia e Reta Engenharia são as responsáveis pela execução do projeto. Embora a Reta Engenharia tenha tirado do ar (por que?) a página descritiva da obra, pelo cache do Google é possível saber que elas eram compostas da instalação de um tapete drenante de 154 mil metros quadrados, movimentação de 3,1 milhões de metros cúbicos de solo e rejeitos e a instalação de um duto drenante de 3,1 km de extensão e 1,2 metros de diâmetro.
Se isso influiu ou não no desastre é coisa que os técnicos vão dizer, mas é informação relevante, como é relevante o fato de que o vídeo gravado por operários no momento do acidente – e veiculado pelo UOL – mostra claramente que a represa de água não está cheia, que tem seu talude com estacas demarcando a área de obras e que há deslizamento de material sólido, que cai sobre a água levantando uma espécie de onda.
Se a empresa que ser transparente e a imprensa quer ser eficiente tem a obrigação de informar o que estava sendo feito com as duas barragens – Germano e Fundão, a última da “fila” antes do vale que leva à vila de Bento Rodrigues, devastada pela lama.
Não basta dizer que houve uma vistoria recente, não basta. É preciso que os responsáveis pelas obras as expliquem e descrevam seus riscos e as providências tomadas. Não fazê-las “sumir”.
Evidente que não se pode responsabilizar as obras, automaticamente, pelo desastre. Até porque ninguém faz uma obra deste porte sem cuidado técnico. Mas eram elas, indiscutivelmente, o fator “diferente” na situação do sistema de barragens.
12 respostas
parabéns, Fernando Brito. suas páginas têm sido as únicas a perseguir a verdade por trás das mentiras da imprensa.
Antes da tragedia:
https://www.youtube.com/watch?v=BoXpQiMJj1E
Ah se fosse a Petrobras…o PIG estaria entrevistando vários “especialistas” e a dupla de Wilians, William Bonner e o Willian Waak, bradando contra a empresa. Como é empresa privada não se vê nenhuma histeria na cobertura do PIG. Ainda são capazes de culparem a Dilma por alguma coisa.
Cara, nem tinha lido o seu comentário e simplesmente expressei abaixo a mesma opinião! kkkkk
Fernando,
As causas do rompimento da Barragem da Samarco, ao que tudo indica, são as mesmas do rompimento da barragem da Mineradora Herculano, no município vizinho de Itabirito em 2014.
Desde que foi publicado o relatório com os estudos e levantamentos realizados pela empresa Brandt Meio Ambiente, todas as mineradoras da região acenderam o sinal de alerta para o risco que suas represas de contenção corriam. Mas nem todas tomaram as providências necessárias para monitorar e mitigar o problema.
Toda a região está sujeita ao que foi classificado pela empresa como inversão de revelo, que ocorre quando uma formação geológica sofre uma alteração estrutural, mudando o padrão de sentido de formação das rochas. Com essa alteração, formam-se canais subterrâneos sujeitos a infiltração de água e, consequentemente, o abatimento do solo.
Esse colapso no subsolo explica os tremores que antecederam o rompimento da represa.
A divulgação desses estudos e a compreensão da exata dimensão do problema é fundamental para evitar novas ocorrências em centenas de outras represas que existem na região.
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: * * * * 04:13 * * * * Ouvindo As Vozes do Bra**S**il e postando:
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Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 neles ! ! ! !
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Se fosse obra do PAC, ou se a empresa fosse estatal da União, meu Deus … teria peritos no JN 30 minutos cada edição jogando a culpa na Dilma. Aliás … ainda vão achar um jeito de jogar a culpa na Dilma, o quartel general da Veja devem estar trabalhando nisso.
gostei, amei esse achado juridico do Lavajeitinho agora em Curitiba…
A Acareação mais criativa do mundo. Chamaram o F Baiano, o Roberto costa -para depois chamar o youssef-
e fazem o queeeeeee?
Promovem mediante avisos e ameaças veladas nao a Confrontaçao mas a CONCILIAÇAO dos depoimentos e declaraçoes… Conciliaçao da delaçao acareada (sic) é uma fantastica e nunca vista JABUTICABA . exatamente para que a peça juridica toda nao caia!!!
Os primeiranistas de Direito nao sabem o que estao perdendo.
P E R F E I T O
Ou será a corrupção:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-papel-da-mineradora-samarco-na-lista-de-furnas-e-em-outros-escandalos-em-mg-por-joaquim-de-carvalho/
Não vamos deixar cair no esquecimento a Lista de Furnas. Vamos republicá-la frequentemente só para incomodar os procuradores aecistas e a pgr que considera aécim um anjo de altar:
http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-nomes-e-valores-da-lista-de-furnas
http://retaengenharia.com.br/en/segmento/mining/
Esqueceram de apagar o site em Inglês…