Três meses para Pfizer; um dia para a “One Dollar Dose’

Os e-mails trocados intensamente no dia 26 de fevereiro, logo pela manhã do dia seguinte ao jantar em que o Diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, pediu “um dólar por dose” para comprar supostos 400 milhões de doses de vacinas Astrazêneca mostram que havia uma imensa “sede ao pote” nas compras de imunizantes e não toda a lenga-lenga sobre o retardo na aquisição do produto, como se alegou para atrasar, por mais de três meses, a operação com a Pfizer ou nas compras do Butantan.

É claro que isso está metido num quadro de picaretagem. Não há nem houve 400 milhões de doses de vacina rodando por aí, sem dono. Não há, oficialmente, é verdade.

Isso seria, para um gestor sério, o suficiente para não embarcar nesta história.

Só que não há santos no governo do Messias.

Era o início de alguma grande armação que não tinha como se completar, pelo tamanho da “goela”.

Os e-mails entregues por Luiz Dominguetti Pereira à repórter Constança Rezende são devastadores e indicam que, se não foram acompanhados de documentos fraudados, indicam alguma relação com a Astrazêneca ou com alguma de suas licenciadas para a produção da vacina havia, pois encaminhava um modelo de Carta de Autorização para a Astrazêneca e um relato do “SOP”, sigla em inglês para um “: Procedimento Operacional Padrão Completo” para a transação.

Vai ser interessante saber como essa transação – mais que o dobro de qualquer compra de vacina feita pelo Brasil – foi comunicada ao superior de Roberto Dias, o coronel Élcio Franco e ao general Eduardo Pazuello.

Deste tamanho, era menos discreta que um elefante.

 

 

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