Trump indica um “dos seus” para a Suprema Corte. E está certo

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Só no mundo dos patetas a política não é entendida como uma luta.

Com  certas regras e incertos  limites, mas uma luta entre ideias, classes sociais, poderes econômicos.

Donald Trump, dentro das regras, indicou Brett Kavanaugh, um jurista megaconservador na primeira vaga que ficou disponível na Suprema Corte dos EUA, decorrente da aposentadoria de Anthony Kennedy, um conservador moderado.

Como fez Michel Temer, nomeando Alexandre de Moraes, um tucaníssimo, para o lugar decorrente da morte de Teori Zavascki.

Ou Fernando Henrique Cardoso, elevando seu mastim Gilmar Mendes ao STF.

Assim, na lata.

Os governos de Lula e Dilma, por pruridos “republicanos”, em geral não agiram assim. O resultado foi que criaram os corvos que, de tempos para cá, lhe arrancam os olhos.

Não se advoga, claro, que se coloquem militantes de bandeirinha, apenas por isso, no Supremo. E nem que isso adiante, porque o mais próximo disso, o ex-progressista Luiz Edson Fachin tornou-se o que todos vêem: o mais feroz inimigo de todos os que lhe concederam a toga.

Mas a lista dos erros é imensa e trágica.

Parte dela, é certo, veio da necessidade de composição política. Mas outra parte, não.

Há inúmeros juristas de primeiríssima linha que, ao conhecimento do Direito, juntam a coragem de enfrentar as ondas midiáticas.

Tanto que estão no frio e na chuva, defendendo a legalidade  violada. Alguns, inclusive, arrostando prejuízos nas suas atividades profissionais, pois se expõem a perder clientes lucrativos que não querem arriscar-se a ter patronos em conflito com “suas excelências”.

A lenta, lentíssima – e mais ainda depois da PEC da Bengala – velocidade de renovação dos tribunais impõe, ao restaurar-se um governo legítimo no Brasil, a contenção do protagonismo reacionário que torceu o nosso Judiciário ao ponto de ter-se visto, domingo, os mais inconcebíveis atropelos.

E só laverá legitimidade nesta restauração se ela for fruto da expressão da fonte da legitimidade: a vontade popular.

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