UFRJ, estrangulada, diz hoje se fecha no 2° semestre

De uns anos para cá começamos a copiar os norte-americanos e chamar pelo latinismo Alma Mater o curso universitário a quem devemos nossa formação intelectual e profissional.

Se é “mãe que alimenta” na língua morta, não é mau para definir o que é, em grande parte, a vida adulta para qual ele contribui tão fortemente.

E é a minha, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que terá hoje um dia triste e decisivo, quando a reitora Denise Pires de Carvalho, em entrevista coletiva, anuncia o que se fará diante dos cortes orçamentários determinados pelo Governo Federal que, como se não bastasse, ainda sofreram um bloqueio de quase 20% dos recursos que restaram.

Entre as possibilidades, acredite, está o fechamento da mais antiga universidade brasileira – foi criada em 1920, reunindo poucas escolas superiores, diz-se que pela necessidade de conceder um título de Doutor Honoris Causa ao Rei Alberto, da Bélgica, na verdade concedida pelas recém-fundidas faculdades de Direito que vinham do final do século 19. Desde 1937, por lei, ganhou o nome de Universidade do Brasil cassado pela ditadura em 1965 e devolvido a ela por decisão judicial em 2000.

Não dá para imaginar que isso venha a se concretizar, não importa que problemas de gestão possam ser alegados. Principalmente porque a UFRJ mais que dobrou seu número de matrículas de graduação – de 34 mil, em 2008, para perto de 60 mil, agora – enquanto viu seu orçamento ser reduzido à metade.

Embora apavorante, o gráfico aí de cima, elaborado pelo G1, ainda não dá ideia das agruras econômica da universidade. É que dos R$ 299 milhões orçados, R$ 111 milhões ainda dependem de suplementação que podem ou não ser dadas pelo Congresso. Líquidos, há apenas R$ 81 milhões de saldo livre para ser gasto no ano, algo impossível com despesas mensais superiores a R$ 30 milhões.

Ou 1% do tratoral orçamento de aquisição dos deputados do Centrão revelado pelo Estadão.

Tratores, aliás, são uma ferramenta adequada para o tipo de obra que esse governo realiza: a da demolição.

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