Um agosto de desgosto para golpistas

Até agora, “deu ruim”, diria a garotada, o agosto do bolsonarismo, que era esperado como o seu mês dos sonhos.

Ele está no jogo, é claro, mas não só longe da liderança que apregoava em seus adeptos, como nem perto de uma ascensão significativa nas pesquisas que esperavam com o início do pagamento de seus “vales”.

Qualquer número de 12 para a frente no Datafolha de hoje confirmará que o “perigo” será a possibilidade de Lula fechar a eleição em 1° turno, o melhor trunfo do ex-presidente para atrair os votos que as pesquisas de 2° turno lhe antecipam.

Mas a outra frente bolsonarista, a do golpe sobre o resultado das eleições tem, agora, um cenário muito pior do que o das pesquisas de intenção de voto.

O ato de posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE virou um espetáculo deprimente, no qual seu isolamento ficou evidente e a sua reação ao duro discurso, que o humor de Ruy Castro define hoje, na Folha, “um direto de muay thai contra seu projeto” golpista:

“Todos aplaudindo de pé, para constrangimento de Bolsonaro, rígido como uma múmia recém-embalsamada.

Deu chabu também a delirante ideia do cartão postal golpista que Bolsonaro pretendeu montar com o desfile militar em Copacabana, que vai se limitar a uma “naviociata” da Marinha e à fumaça da Esquadrilha. Aliás, o presidente conseguiu arruinar até mesmo o desfile tradicional, o da Avenida Presidente Vargas, justo no ano do bicentenário da Independência.

E ontem, com a reportagem de Guilherme Amado e equipe, no Metrópoles. desabou mais uma perna da banqueta golpista, com a exposição de um grupo de empresários que apoiava uma intervenção militar: Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, dos restaurantes Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da rede de shoppings Multiplan; José Koury, do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de roupas Mormaii.

Um prato cheio para Moraes dizer a que veio, com a vantagem de que, como não são funcionários do Governo, ainda que seus servidores, é menos delicado politicamente trazê-los ao robusto inquérito das fake news e seus financiadores. E sinalizar, não a eles apenas, mas a outros, que não terá vida fácil quem se aventurar nestes planos de deformar o processo eleitoral.

Restou a tal “guerra religiosa”, a qual a mídia está dando destaque, na esperança de que as comunidades evangélicas sejam a sustentação restante ao ex-capitão. Não falta experiência a Lula para saber que este não é um combate a ser travado de frente, até porque Jair Bolsonaro está usando a mulher como “escudo humano” para suas manobras.

Sua vida é seu testemunho, e ele sabe disso.

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