Um presidente nas mãos da “bandidagem”

A ofensiva do STF sobre as matilhas do ódio e da ameaças cria um duplo impasse para Jair Bolsonaro.

O primeiro, o evidente desgaste por não poder agir em defesa de suas falanges – embora tente parecer fazê-lo, com declarações bravateiras – e o “barata voa” que se instalou nos esquemas de fake news, de difamação em série, de manifestações em busca de confronto.

Órfãos agora, depois de semanas sendo paparicados por Bolsonaro, começam a queixar-se do abandono, dos acenos e da perda do protagonismo com que tinham sido brindados nas últimas semanas. E todos sabem, na cadeia de comando miliciana, a quem respondem e por quem são “ajudadas”.

Línguas ameaçam bater nos dentes e agravar mais a situação dos inquéritos que ameaçam o Governo. Não é à toa que, desde segunda-feira, o filho 02, Carluxo, deixou seu gabinete de vereador no Rio e senta praça no Planalto e no Alvorada para não deixar o pai “fraquejar”.

O segundo é a inédita unidade alcançada pelo Supremo Tribunal Federal nas reações aos abusos do governo e de seus seguidores, ainda hoje demonstrada na negativa, por 9 a 1 do habeas corpus impetrado pelo Ministro da Justiça em favor de Abraham Weintraub e na já formada maioria para a continuidade do inquérito sobre as fakenews sob o comando de Alexandre de Moraes.

O controle do inquérito por ele é péssima notícia para o governo, pois o ânimo do ministro ficou bem claro ao chamar de “bandidagem” os atacantes – agora já nem tão virtuais – bolsonaristas do Supremo, o que já se desdobrou em nada menos de 72 ações judiciais de primeira instância.

A ofensiva não vai parar e Bolsonaro terá de ir além da bravata. Mas terá pés para “chutar o pau da barraca”?

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