Num país ansioso por ver deslanchar um processo verdadeiro de vacinação, soou como esperança o anuncio (informal) de que o Ministério da Saúde teria fechado um acordo com a Pfizer para o fornecimento de 100 milhões de doses do seu imunizante contra a Covid 19.
Mas a notícia continua no ar, porque não só não há confirmação oficial como um cronograma de entregas. No final da reportagem do Estadão, aliás, há uma informação preocupante:
Em apresentações recentes a prefeitos e governadores, Pazuello disse que a negociação seria por 100 milhões de doses, mas com a entrega de uma primeira parcela de 8,71 milhões de doses em julho. O restante, entre outubro e dezembro.
Ora, nossa necessidade de acelerar a vacinação é agora, já, e 8,7 milhões de doses em julho não é propriamente adequado a isso. De outro lado, se forem verdadeiras as promessas da Fiocruz de entregar 220 milhões de doses até o final do ano, isso significa que o “grosso” da vacinação ficaria apenas para o final de 2021.
Como o país e o Ministério da Saúde estão sem um comando confiável e responsável, não há forma de saber se o que se anuncia corresponde à verdade.
Há justas razões para temer que não.