Se existe uma marca ao completarem-se os 100 dias do novo governo, é aquela que o próprio presidente anunciou, nos Estados Unidos que “nós temos de desconstruir muita coisa”.
Isso, de fato, ele vem fazendo, com denodo.
Na Educação, todos vêem, o esforço destrutivo vem tendo um enorme sucesso: o ministério tornou-se um centro de intrigas e disputas – além das chacotas, claro – completamente paralisado naquilo que deveria ser sua função. Dado o fato de que o novo ministro é pessoa afinada pelo mesmo diapasão aloprado de Ricardo Vélez, há pouco a acrescentar e menos ainda a esperar, senão o desmanche do pouco que construímos em construção e disseminação do saber.
Desconstrução igualmente evidente está perceptível para todos em nossa política externa e em relações de comércio duramente construídas.Passamos mais que à política de alinhamento automático e entramos na seara do sabujismo explícito que também dispensa comentários.
O desastre, claro, refletirá na Agricultura, dependente desta projeção comercial que alcançamos.
Na afirmação de direitos humanos, basta a indicação de Damares Alves para cuidá-los para que se revele o caráter sectário e fundamentalista com que se os entende.
Nas garantias legais, a pastora tem um “conge” jurídico, o Sr. Sérgio Moro, a um passo de legalizar o extermínio, embora o autor da proposta de estender a ideia de legítima defesa ao paroxismo de justificá-la por “medo, surpresa ou violenta emoção” sempre possa dizer, diante de casos chocantes que “ah, isso não é legítima defesa”. Quem decide quando não é, claro, decide quando é.
Na política ambiental, desmontar também é a regra: demitir, de batelada, todos os chefes nas estruturas de fiscalização, perseguir funcionário que ousou multar um “importante” e liberar, criminosamente, a área junto a Abrolhos para a exploração petrolífera. Aguardem a abertura das áreas de preservação à exploração econômica e a tutela a instituições de monitoramento, como o Instituto Nacional de pesquisas Espaciais.
Na economia, afinal, também caminhamos, sob a desculpa de que iremos “abolir privilégios”, para sacar 90% do trilhão mágico de Paulo Guedes, da parcela mais modesta dos aposentados :os do regime geral, os pensionistas, os do BPC, os trabalhadores rurais e os trabalhadores com renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil do abono do PIS. É, simplesmente, a destruição da mais importante rede de proteção social do país, centenas de vezes maior que o Bolsa-Família e da única cobertura universal que este país dá a seus filhos.
Convenhamos, para 100 dias, é respeitável obra de demolição.
Com a atividade econômica estagnada e produção, renda e consumo em frangalhos, é impossível que, em seu lugar, algo se vá construir em seu lugar.
11 respostas
Ótimo, que o desmonte continue. Que o brasileiro sofra e bastante. E que não venham com platitudes ou mimimis depois dessa época. Foram avisados, ninguém quis ir pra rua defender o homem e o partido que elevaram o brasileiro de colônia à um país com esperança. Cada país e cada povo tem os líderes que merece. O brasileiro votou nessa corja porque não soube agradecer nem desenvolver o que tinha. Agora toma. O sofrimento é sempre uma boa escola.
Faço minhas suas palavras, caro Charles.
Mais, quero que TODOS se FODAM !
O sofrimento será sempre uma boa escola, se o aluno sobreviver com juízo capaz de entendê-lo e com saúde para combater suas causas.
Estão preparando a arrancada final para a aprovação do fim da previdência social. Enquanto a Globo de repente passou a tratar Bolsonaro a pão de ló, exibindo-o várias vezes no mesmo noticiário em flashes rápidos que passam alta “seriedade”, como se ele fosse um verdadeiro estadista, o Rodrigo Maia promete que 5000 prefeitos e 25 governadores terão, se apoiarem a tragédia social, 50 bilhõezinhos para gastarem entre eles. É uma mixórdia, mas engana o olho guloso.
Por isso, considero Bolsoasno um “governo” 100% bem sucedido. No que depende dele, está entregando tudo o que prometeu.
Para os brasileiros, na forma de destruição. Ao mercado financeiro e a eatados estrangeiros, nossa rede de proteção social, nossos recursoa e nossa soberania!
São 100 e serão 1000 ou 10.000. Os mortos-vivos tomaram o poder e só lhes interessa a destruição.
O MITOMANÍACO BOLSOBOSTA é um EMBUSTEIRO PROFISSIONAL , mas no fundo, é de um AMADORISMO IRRESPONSÁVEL.
Puta que o pariu !
Brito,
a saber se o silêncio dos ambientalistas, a maioria deles sinceros, que criticavam a política ambiental dos governos petistas é real ou se eles não estão encontrando os amplificadores fáceis da mídia tradicional agora que o PT não é governo
pois se para eles a política ambiental do governo petista era horrível, o que dizer da atual?
no entanto, onde estão Eduardo Jorge, a Rede Sustentabilidade, o instituto socioambiental, a Natura e tantos outros defensores da natureza?
estavam mais preocupados em detonar o PT, não só pela “corrupção”, mas por críticas a sua política ambiental, o que é legítimo
mas falaram muito menos das perspectivas ambientalistas do conservadorismo que ora se concretizam
gostaria de saber o que pensam hoje
Boa parte dos nomes ligados às questões ambientais e às questões dos povos indígenas queria mesmo “detonar o PT”. Cheguei a ouvir e a ler xingamentos. No máximo, quando as coisas piorarem muito, vão dizer que “são todos iguais”. Infelizmente.
Seguindo nesse ritmo, em mais 100 dias vai ter gente pendurada na Ponta de uma corda…
E a saúde pública? Já não se faz nem simples exame de sangue nos postos da cidade onde estou. Um abandono completo. É terrível, como usuária, ter que “pagar” pelas escolhas erradas dos outros.