Inflação sobe a 0,75% em março, mas a imprensa não via

O número divulgado hoje pelo IBGE para a inflação de março, medida pelo IPCA não é preocupante, é apavorante.

Era, entretanto, previsível, ainda que isso tenha sido negligenciado pela grande imprensa.

Não houve nenhum fenômeno que o justificasse, como em junho de 2018, mês da paralisação dos caminhoneiros. Muito menos seca, algum tarifaço ou coisas do gênero.

0,75% não é brincadeira: se anualizado, este índice corresponderia – a conta não quer dizer que será assim, é claro – a 9,4% ao ano.

É muito acima do que previa o mercado financeiro, que na sexta-feira passada, no Boletim Focus, do Banco Central, apostava em 0,55%.

A taxa acumulada em 12 meses foi a 4,58% e, ao final de março, será maior, beirando os 5%, pois os indicadores de inflação medido por outros índices seguem altos.

Hoje a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços de Mercado dos primeiros dez dias de abril e a taxa ficou em 0,62%, mas no Índice de Preços ao Consumidor – assemelhado ao IPCA – a elevação foi de 0,65%, superior aos 0,47% registrados na mesma medição no mês anterior.

Para quem não tem memória, é bom lembrar que foram os meses de inflação alta no início de 2015 que derrubaram a aceitação de Dilma Rousseff no início do seu segundo mandato.

Com a diferença, claro, que a imprensa via, destacava e até punha colar de tomates no pescoço.

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17 respostas

  1. Num raciocínio bem simplista podemos elencar uma série de fatores para que a inflação retorne com força total, todos eles (des)controlados pelo governo.
    Desde os preços de combustíveis até o aumento dos insumos agrícolas, cujo único balizamento é o dólar, a mão invisível do mercado bancada por esse miliciano psicopata e imbecil, mostra sua força para a população que o elegeu.
    A política do cada um que se vire vai avançando e destruindo tudo em sua volta.
    A água começa a subir e a expectativa é do que acontecerá quando alcançar as vias nasais do povão. Parece que só assim haverá alguma reação dessa massa insana.
    Até lá continuamos descendo a ladeira sem freio.

    1. Quando a água alcançar as vias nasais do povão, o (des)governo que nunca tem um “tusta” vai milagrosamente arrumar dinheiro para comprar balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio e efeito moral.

  2. O Twiter não me deixa postar essa matéria, insinua que eu sou um robot, kkkkk

  3. E essa é a inflação oficial. Imaginem a real.
    A derrocada do consumo deve estar fazendo com que muitos comerciantes tenham que reajustar seus preços, para não ficarem no prejuízo.
    Essa derrocada do consumo é uma bola de neve. Se essas políticas neoliberais não forem interrompidas, a bola vai ficar maior que o Brasil.

  4. Não falta vontade entre os empresários de aumentar os preços. O que falta é consumo para suportar esse desejo. No velho conflito distributivo os empresários buscam recuperar suas margens de lucro, sempre que tenham poder de mercado, aumentando os preços e reduzindo os salários, o que é claro aumenta a paralisia econômica. É como a estória do escorpião, está no seu dna. A política de terra arrasada não podia produzir outra coisa que destruição. Recordo dos chiliques dos mercadistas com o “centro da meta de inflação” durante a presidência de Dilma. Pouco antes da solução Bolsonaro, recordo esses mesmo tarados dizendo que o centro da meta e a rigidez em relação as metas de inflação não era assim tão importante. O que esses picaretas escrevem no início d pregão não fica de pé até a hora do almoço. Canalhas …

  5. A inflação é uma forma de baixar os salários, de modo que o trabalhador só perceba no longo prazo. Os militares usaram e abusaram disso e a consequência direta disso foi o fortalecimento do movimento sindicalista nos anos 80. Trabalhador nenhum, por mais coxinha aloprado que seja, gosta de ganhar menos, já que os preços são reajustados todos os dias e os salários uma vez por anos, e olha lá.

  6. A grande imprensa só vê quando lhe interessa. Ela está preocupada em ajudar a aprovar mais um massacre sobre os pobres. Os mesmos pobres que ajudaram a colocar estes bandidos no poder. É o famoso foda-se!

    1. Certíssimo, a imprensa só apoia o que o “mercado” apoia e este para aprovar qualquer coisa exige um pressuposto: “medida dura, amarga (trad.: foder o povo). Se não foi cumprido esse pressuposto essencial é “medida populista”. :-)

      1. Já fez o dever de casa hoje? Já tomou o remedinho amargo?

        É nojento como os comentaristas da Globo tratam o povo como criancinha de pré-escolar.

  7. 0,75% ao mês equivale a 9,34% ao ano e, de fato, não significa que sera assim. Poderá ficar abaixo.
    Mas também poderá ficar acima, e bem acima.
    Só para lembrar, a última quinzena já registra dois aumentos nos preços dos combustíveis, o que poderá puxar para cima os demais preços.

  8. Os preços de vários itens importantes estão subindo a pontapés, mas muita gente ainda finge que não está sentindo no próprio bolso. A mídia empresarial está pisando em ovos para não assanhar nada, até que a destruição da previdência esteja garantida.

    1. Também admito que ele está até superando todas as minhas expectativa.
      E é essa “superação” o que mais me incomoda!

  9. A inflação dos 12 meses, pelos números do gráfico, é maior, 5,20%, o que não invalida a análise feita nem a conclusão. Claro que é preciso analisar os componentes para ver como se comportaram em geral e o núcleo da inflação em particular.
    O que salta aos olhos e reforça a crítica à grande imprensa é o prazo transcorrido desde que a inflação tomou impulso e a inclinação da reta nesse período. Se fosse Dilma, a essa altura já teria apanhado mais do que boi em roça de milho.
    O que é dito não é tão importante quanto o não dito:
    1 – a “deforma” da previdência é a única bala no trabuco enferrujado do Guedes
    2 – mesmo que o trabuco dispare, o tiro deve sair mais fraquinho do que ele imagina
    3 – além do mais a mira é torta, vai acertar as fuças do pobre e da classe média e errar o emprego, renda e retomada da economia
    4 – Alguém, em sã consciência, acredita nessa balela de que o tal do ganho de 1 trilhão vai virar “investimento governamental na veia” ou chamar de volta a “fadinha da confiança” enchendo o país de novas obras em infra-estrutura, fábricas e o escambau? Lembram do Meireilles? Mentiroso e safado, anda mais sumido do que o Queiroz…
    Resumo da ópera, a imprensa brasileira, golpista até a medula e comprada e paga pelo capital rentista, o único que ganha com essa treta, precisa esconder a verdade, porque a verdade divulgada seria um balaço mortal nessa zorra.

    1. O (des)governo alega que a previdência gera déficit público.

      Se tal déficit for zerado (ou diminuído de forma severa) com a destruição da previdência, haverá a posterior desculpa de que não se deve investir porque senão vai gerar déficit novamente.

      E vão ficar de braços cruzados esperando a iniciativa privada investir.

  10. Agora vai ser colar de laranjas. A imprensa está calada também sobre o comerciante de veículos e sobre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle. Onde estão?

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