A conexão Brasil-Ucrânia dos neonazistas

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Do Financial Times, edição de ontem, texto do correspondente Joe Leahy. A tradução livre é minha:

Quando o policial brasileiro Paulo César Jardim lançou uma série de ataques às casas de supostos neonazistas no estado do Rio Grande do Sul, revelou-se uma trama bizarra: o movimento neonazista que ocorre no país, com seu aparato secreto de suásticas, propaganda de ódio e violência nas ruas, está sendo convocado por extremistas de direita da Ucrânia para lutar contra militantes pró-russos na guerra civil do país europeu.
A Divisão de Misantropos da Ucrânia, grupo de extrema-direita alinhado com o Batalhão Azov, tropa paramilitar ultranacionalista que apoia o regime de Kiev, está por trás da campanha de recrutamento, alegou Jardim, o principal caçador neonazista do Brasil.
Uma pessoa foi detida nas invasões de dezembro com 47 cartuchos de pistola de 9 mm e depois liberada. A polícia investiga se os brasileiros já se juntaram à luta na Ucrânia, disse o policial, negando-se a dar mais informações.
Um porta-voz do Batalhão Azov – agora incorporado à Guarda Nacional ucraniana – negou, em Kiev, que haja brasileiros incorporados à tropa.
A revelação, se comprovada, de que os movimentos ultranacionalistas subterrâneos do Brasil buscam experiência de combate no exterior é desenvolvimento preocupante de um fenômeno que chocou o país que se considera um caldeirão racial.
O surgimento de neonazistas no Brasil tem desafiado o mito popular de que o racismo, pelo menos a variedade evidente em exibição nos EUA e outros países ocidentais, não existe lá.
Com mais de metade da população reivindicando pelo menos alguma herança africana, os brasileiros se orgulham das relações relaxadas entre os diferentes grupos raciais do país. Mas tem havido fluxo constante de ataques nos últimos anos. Apenas no ano passado, os neonazistas atacaram com facas e machadinhas uma banda de punk que defendia a igualdade de direitos para homossexuais;.
A extrema-direita ainda é vista como à margem da política em um país que se libertou de duas décadas de ditadura militar apenas em meados dos anos 80, mas analistas sustentam que políticos ultraconservadores e seus partidários estão dispostos a preencher o vácuo político que se desenvolveu depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff,.
Jair Bolsonaro, congressista de extrema-direita e ex-capitão do exército, conquistou as manchetes no ano passado por elogiar conhecido torturador da era da ditadura. Ele nega ser neonazista, mas os críticos o acusam de compartilhar muitos pontos de vista do movimento, como o racismo e a intolerância.
Também no ano passado, um grupo de ultraconservadores invadiu o Congresso pedindo o retorno do governo militar.
Os neonazistas no Brasil se concentram no Sul e Sudeste do país, do Rio de Janeiro e São Paulo ao Rio Grande do Sul, regiões que receberam a maior parte dos imigrantes alemães, italianos e poloneses.
Embora a América do Sul também tenha recebido nazistas fugindo da derrota da Alemanha de Hitler na segunda guerra mundial, os movimentos neonazistas surgiram, na maioria, mais recentemente, de sites de ódio na Internet.
O Brasil, com 200 milhões de habitantes, tem 150 mil “simpatizantes” envolvidos em movimentos neonazistas, segundo artigo da antropóloga Andriana Dias, da Unicamp.
“A violência expressa por esses grupos, sejam ataques físicos a negros, judeus ou homossexuais, seja a disseminação de literatura de ódio, tem exigido nos últimos anos muito trabalho, tanto em termos de investigação e condenações ”, escreveu ela.
“Nunca imaginei que o neo-nazismo fosse possível no Brasil porque este é o país do futebol, do carnaval. . . Nós somos um povo feliz ”, disse o policial Paulo César Jardim.

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22 respostas

  1. O mais danoso do golpe de 2016 foi a base em inverdades, fraudes e toda sorte de deturpação e ocultação da verdade, pelas famílias que dominam a mídia e pelas redes sociais. Criou-se um clima de irresponsabilidade absoluta, permitindo a carona, a nosso custo, de Ministro do STF para tratar de assunto particular no exterior, venda, melhor diria doação, de patrimônio nacional a empresas e países estrangeiros. O caso do ressurgimento do neonazismo é um dado a mais onde a democracia é vilipendiado é o povo permanece inerte.

    1. Trata-se de um Vascaíno neonazi, de origem na realeza portuguesa. Mas não acho que deva ser levado na brincadeira, são loucos , perigosos e assassinos, devem ser combatidos.

  2. Será que os babaquaras tupiniquins já foram para a Ucrânia? Vamos fazer uma vaquinha e mandá-los para lá urgentemente, lá eles verão o que é uma guerra de verdade e terão que lutar contra a Rússia e o Putin, que os esmagará. Eu ajudo a pagar a viagem (só de ida) dos pedaços de excremento fascista Alisson, Ernesto e Bronco. Vão lá seus merdas!

  3. Aproveitando esta notícia Brasileiro-Ucraniana repasso uma conversa recente que tive com um tripulante ucraniano quando fazia seu desembarque aqui em Rio Grande/RS.
    Ele me dizia que estava deixando a Ucrânia e se transferindo para a Rússia e explicou sua situação com uma metáfora interessante de sua visão pessoal e que, com as devidas adaptações, poderia servir a nossa própria situação pós impeachment…
    Ele dizia que a vida era normal na era da USSR e que quando houve a separação Rússia-Ucrânia os bons laços prosseguiram por um tempo até a eleição do último presidente pró-Rússia.
    Então houve a tremenda campanha de mídia dizendo que ele era corrupto e ect o que levou ao golpe da extrema-direita Ucraniana.
    O engraçado foi o que ele disse que pessoalmente lhe era dito era que os ucranianos até então viviam na FLORESTA em estado selvagem e que após a derrubada do nefando presidente eleito eles passariam em breve a viver em cidades e na civilização ocidental e que tudo seria o paraíso pois os EUA e os Europeus investiriam fortunas na Ucrânia para modernizá-la e recompensar pelo afastamento da Rússia (isso te lembra algo?).
    Só que na opinião dele o tiraram da “Floresta Russa” e levaram o povo ucraniano para a nova civilização/cidade da nova Ucrânia Ocidental…
    Só que ao chegar lá os seus novos líderes instalaram o povo ucraniano ludibriado no Zoológico da nova cidade é só de vez em quando eles passam no zoo para dar uma olhada no povo e voltam para a cidade para tocar o “paraíso” e seus lucros com os sócios estrangeiros.
    E eles só olham o tal paraíso como animais por trás das barras. E só lhes trazem migalhas para mantê-los vivos e em exibição…
    Por isso ele estava muito satisfeito em voltar para a tal “Floresta Russa”…
    Achei a metáfora do ex-ucraniano GENIAL…

  4. Assim são os racista de lá os daqui não são muito diferentes.O atirador de Charleston, Dylann Roof, foi condenado à morte nesta terça-feira (10/01) pelo ataque à Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, que deixou nove mortos, em junho de 2015. Em dezembro, o júri declarou Roof culpado por todas as acusações que enfrentava.
    Entre as 33 acusações estão crimes de ódio que resultaram em morte e obstrução de religião. O atirador, de 22 anos, não mostrou remorso durante o julgamento.
    “Ainda acho que tinha que fazer isso”, disse Roof pouco antes do júri se reunir para decidir a pena pelas condenações.
    O promotor Jay Richardson pediu a pena de morte pois o atirador não mostrou em nenhum momento remorso ou arrependimento por seu ato.
    Roof foi acusado de executar um crime planejado friamente contra as pessoas que participavam de um grupo de estudo na igreja. O atirador confessou o ataque e suas motivações racistas. Durante as investigações, ele disse que, ao abrir fogo contra os fiéis, desejava incitar um conflito racial no país.
    Antes do ataque na igreja, uma das mais antigas frequentadas pela comunidade negra nos EUA, Roof chegou a se sentar com os presentes por cerca de uma hora. Apenas três pessoas sobreviveram ao massacre.
    O interesse de Roof por uma supremacia branca ficou registrado em sua página no Facebook, onde ele exibiu fotos posando com uma bandeira dos Estados Confederados da América (unidade política formada por estados do sul dos EUA, notoriamente agrários e escravistas, em 1861).

  5. Impressão minha, ou na foto tem uns “mulato” neonazista? Hitler, onde quer que esteja, vai ter uma síncope…KKKKK…quanta idiotia!

  6. tomará que o putin ajude donetsk e lugansk a se separarem do lixo neo nazista que é a ucrânia hj… e o trump fique quietinho só assistindo seu líder fazer a coisa certa…

  7. Tem dedo dos EUA nestes grupelhos nazifascistas… Disso eu tenho certeza. Desestabilização de democracias se tornou um negócio rentável ao coração do império capitalista dos EUA. E onde há dinheiro…

    1. Os sanguessugas do capital são como uma praga de gafanhotos.. no final só deixam terras arrasadas.

  8. IVAN ALMEIDA CARLOS, mais um coxinha ludibriado pela mídia.
    Cuba tem presos políticos, assim como vários países do mundo. E no Brasil? O jornalista que acusou o Aécio de falcatruas foi preso pelo judiciário mineiro. Tem alguma diferença nisso? Qualquer país do mundo tem leis de segurança nacional e podem prender, sim, quando essa segurança for ameaçada. Os americanos querem prender seu ex-agente do SNA que dedurou a espionagem americana. Aí pode, né? Isso só prova a incoerência de vocês e a lavagem cerebral a que foram submetidos. Já tentou pensar por conta própria ou consideras mais fácil receber tudo prontinho? Sei não, mas deverias ter sua própria análise dos fatos cotidianos.

  9. Os coxinhas não falaram nada sobre a Ucrânia? Não, pois a Globo ainda não lhes disse o que se passa lá e obde fica esta tal Ucrânia. Esperemos, pois logo virão abobrinhas por aí. Estou só na espera… e destruir as teorias babacas deles.
    Algum coxinha se habilita?

  10. Esse jornalizinho comunista, não é Desornesto, Malissom e cia? O Financial Times é ou não é um jornal comunista? Na visão destes mentecaptos, qualquer coisa ou pessoa que pense de verdade, é comunista. Vão se catar, PATETAS GOLPISTAS DO TEMER.

  11. O neonazista brazuca, tem sangue mestiço, cabelo duro, olho preto, cabeça grande e pescoço pequeno.
    No regime do Hitler não iriam servir nem de comida pra cachorro.
    Seriam talvez os Mame-Nazi (mistura corpo mameluco com mania de ariano).

  12. E aí coxinhas? Adoram falar de Cuba, da Bolívia e da Venezuela. Nada a dizer sobre a Ucrânia que segrega os crimeos, que são de maioria russa, e que o referendo popular pela anexação à Rússia teve 96% de SIM? Ou isso não interessa?

  13. Entre as podridões que certos círculos internacionais predatórios estão espalhando pelo mundo procurando infectar países inteiros, está este neo-nazismo. Na Ucrãnia ele faz algum sentido, já que aquele país tem uma importante história nazista, tendo apoiado Hitler e até exterminado milhares de seus habitantes em campos de concentração ucranianos. Mas no Brasil são pouco mais do que piada, a não ser em locais onde a perda de identidade, favorecida por uma educação sem civismo, é causa de alguma preocupação. Este fenômeno, diga-se de passagem, nada tem a ver com uma extrema direita nacionalista europeia, que está se transformando em reduto de democratas, que a entendem como sendo o último refúgio de luta política para quem procura fugir da total subjugação aos Estados Unidos.

  14. O Congresso venezuelano golpista, não aceitou o pedido de impechment do Maduro. Será que teve alguma influência do exército que declarou, uma semana antes, que apoiava o Maduro?
    A conferir, enfim, uma derrota do Tio Sam na América do Sul. O que prova que país das bananas é no Brasil, na Argentina, no Paraguai e em Honduras. Pudera, com a quantidade de imbecis que temos aqui…

  15. O proximo alvo dos Tio Sam será a Bolívia, do Evo Morales. Afinal, como uma república bananeira da ameriquinha pode ter a maior reserva de nióbio do mundo, matéria prima essencial para baterias, inclusive para carros elétricos? Nem pensar!

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