Zumbis da morte

Não demorou para Jair Bolsonaro voltar à carga, depois do desfile do seu esquadrão de motos.

Em um parágrafo, fez propaganda tanto de uma fraude, de charlatanismo médico e de pura e simples estupidez. Disse ele a seus motosseguidores:

“[Há] indício robusto que houve, sim, supernotificações (de mortes pela Covid). E caso nós venhamos a comprovar isso, vamos ver que o Brasil passaria a ser um dos países que tem o menor índice de morte por habitante. E onde está o segredo disso? Que parece ser pecado falar: está no tratamento precoce. No ano passado, eu com 65 anos de idade fui acometido de Covid e tomei hidroxicloroquina. No dia seguinte, estava curado”.

É inacreditável que o mundo esteja suportando quase 4 milhões de mortes por não ter a sabedoria de Jair Bolsonaro, o Nobel da Medicina!

Não é possível que o Brasil, três décadas depois da redemocratização não tenha um Ministério Público para cobrar das autoridades públicas um comportamento tanto legal quanto equilibrado.

Induzir as pessoas, como há um ano faz Bolsonaro, a uma falsa cura e, portanto, a descuidar das medidas sanitárias, é um crime.

Fora outras menores, como esconderem as placas das motos com fitas isolantes, coisa de bandido.

E os promotores, bem pagos e com todas as garantias para agirem sem medo de represálias, quietinhos. Muitos, é provável, desfilando juntos, com motos caríssimas.

Não reclame m, portanto, que um governo que venha a restaurar a democracia no Brasil, o que inclui, é claro, o respeito às leis e a punição aos que as transgridem, não venham a ser responsabilizados.

Deixar que a História, apenas, os puna, já vimos com a ditadura militar, os deixa politicamente recolhidos, mas ainda assim perigosos.

Prontos a, como agora, a voltar como zumbis da morte.

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