Aécio quer governar um Brasil sem pré-sal. É porque vamos ficar sem ele?

petroecio

Alertado pelo Saul Leblon, via Conversa Afiada, descobrimos que não há pré-sal no programa de governo divulgado por Aécio Neves.

O tucano, simplesmente, “sumiu” com as tarefas e efeitos da exploração de jazidas que, num cálculo pessimista, somam 40 bilhões de barris de petróleo recuperável.

Ou, a preços de hoje, quatro trilhões de dólares, ou dez trilhões de reais.

Como isso não é nenhum “trocado”, deve-se supor que não foi um simples esquecimento do mineiro.

Foi uma confissão ou, mais provavelmente, um ato falho.

As jazidas do pré-sal, nos seus planos, não integram um processo contínuo e sustentável de enriquecimento do país.

Serão, como foi o modelo de privatização de Fernando Henrique, uma maneira de fazer alguma caixinha para enfrentar as contas do mês, ou do ano.

O resto – e ponha resto nisso, a maior jazida de petróleo do século 21 – atenderá àquela máxima de “o petróleo é deles”.

Aécio incorporou-se definitivamente ao espírito de Serra.

Isto é: o anti-Tiradentes.

O vendilhão da Pátria e, com ela, o vendilhão do futuro dos seus e dos meus filhos e dos nossos netos.

Se disser que foi simples esquecimento, assinará o recibo de incapaz, porque esquecer da maior fonte de renda desta país nos próximos 40 anos é a maior confissão de incompetência para quem quer gerir um país que será a sexta maior reseva petrolífera do mundo.

E se confessar – num rasgo de sinceridade para o qual não tem sequer a capacidade rodrigueana da qual seu aliado histriônico Arnaldo Jabor vive se aproveitando, ao falar da ousadia dos canalhas – que pretende vender nosso petróleo sairá escorraçado de qualquer lugar onde existam brasileiros que amem seu país.

Será que hoje, nos folguedos do anúncio de seu programa de Governo haverá um jornalista que lhe pergunte: Mas senador Aécio, onde está o pré-sal no seu programa?

Ou isso é assunto para tratar, como fez seu antecessor no posto de candidato do PSDB, José Serra, diretamente com os executivos das multinacionais do petróleo.

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12 respostas

  1. O texto do Saul Leblon ( em http://www.cartamaior.com.br/?/Editorial/O-Brasil-nao-cabe-na-agenda-de-Aecio-Neves/29840 ) é um achado . Desnuda o menino do Rio , colocando-o num banquinho , com chapéu de burro , do lado de fora da porta da cozinha da casa-grande. Demarca o limite entre o 1% de nossa elite conservadora de sabujos , a vender o país e os 99% que querem um projeto de Nação. Querem um futuro. O texto ,com sua idéia central deveria ser traduzido em linguagem simples e multiplicado para todos os brasileiros .Incorporado à campanha da Dilma , pois realmente a disputa de 2014 será pelo pré-sal. Os tucanos piscaram. Com isso decretaram seu fim ( que já estava a caminho ).

    1. Lembrei daquele aparte do senador Lindberg Farias e procurei a palavra “POVO” nas 28 páginas do PDF do Aético. Adivinhem só? Pois é, NÃO ACHEI!

  2. O Brazil de Aécio, o senador e candidato à presidência, não conhece o Brasil, um país de todos nós, que andou para frente e pagou suas contas.

  3. Acredito plenamente na incompetência do Aécio, se ele tivesse elaborado a tal cartilha sozinho, ficaria na dúvida se foi esquecimento. Como conhecemos os economistas e outros gurus econômicos do PSDB, que devem ter ajudado na elaboração, já podemos deduzir o que acontecerá com o pré-sal.

  4. quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
    Brasil não cabe na agenda de Aécio
    Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:

    Pode-se discordar – por razões ideológicas – da regulação soberana instituída em dezembro de 2010 para a exploração do pré-sal.

    Pode-se conceber, não sem razão, que a energia fóssil é uma fonte crepuscular de abastecimento da civilização.

    Da transição dessa dependência para uma matriz menos poluente depende uma parte importante do futuro da sociedade humana.

    Pode-se associar as duas coisas e disso extrair uma visão estratégica do passo seguinte do desenvolvimento brasileiro.

    Mas, objetivamente, nenhuma agenda relevante de debate sobre os desafios brasileiros pode negligenciar aquela que é a principal fronteira crível do seu desenvolvimento nas próximas décadas.

    Foi exatamente esse sugestivo lapso que cometeu um dos candidatos a candidato do dinheiro grosso em 2014.

    O pré-sal brasileiro, a maior descoberta de petróleo registrada no planeta neste século, não cabe na agenda eleitoral de Aécio Neves, divulgada com o alarido previsível nesta 3ª feira.

    Em oito mil e 17 palavras encadeadas em um jorro espumoso do qual se extrai ralo sumo, o presidenciável do PSDB não menciona uma única vez –repita-se-, uma única vez– o trunfo que mudou o perfil geopolítico do país: o pré-sal. Não é um simples tropeço da memória.A mais concreta possibilidade de emancipação econômica do país, não se encaixa na concepção de futuro do conservadorismo.

    Em outras palavras: a omissão fala mais do que consegue esconder.

    O pré-sal, sobretudo, avulta como o fiador das linhas de resistência do governo em trazer a crise global para dentro do Brasil, como anseia o conservadorismo.

    Um dado resume todos os demais: estima-se em algo como 60 bilhões de barris os depósitos acumulados na plataforma oceânica. A US$ 100 o barril, basta fazer as contas para concluir: o Brasil não quebra porque passou a dispor de um cinturão financeiro altamente líquido expresso em uma fonte de riqueza sobre a qual o Estado detém controle soberano.

    A agenda mercadista não disfarça o mal estar diante dessa blindagem, que esfarela a credibilidade do seu diagnóstico de um Brasil aos cacos.

    Seu diagnóstico e a purga curativa preconizada a partir dele são incompatíveis com a existência desse incômodo cinturão estratégico.

    Ao abstrair o pré-sal em oito mil e 17 palavras a agenda tucana mais se assemelha a uma viagem de férias à Disneylândia do imaginário conservador, do que à análise do Brasil realmente existente –com seus gargalos e trunfos.

    Fatos: desde o início da crise mundial, em 2007, o Brasil criou 10 milhões de novos empregos.

    Para efeito de comparação, a União Europeia fechou 30 milhões de vagas no mesmo período.

    E condenou outros tantos milhões de jovens ao limbo, negando-lhes a oportunidade de uma primeira inserção no mercado de trabalho.

    A Espanha, a título de exemplo, fez e faz, desde 2007, aquilo que o conservadorismo apregoa como panacéia para os males do Brasil hoje.

    Com que desdobramentos palpáveis?

    ‘A Espanha levará 20 anos para recuperar os 3 milhões de empregos perdidos durante a crise global iniciada em 2008. A economia espanhola só conseguirá alcançar a taxa de desemprego de 6,8% – média na zona do euro, à exceção dos países do sul do continente– a partir de 2033’ (PricewaterhouseCoopers (PwC); estudo divulgado pela consultoria nesta terça-feira, 3/12).

    A ênfase sobressaltada e seletiva da agenda tucana, insista-se, não decorre de escorregões da lógica.

    Ela atende a interesses de bolso, ideologia e palanque.

    A prostração inoculada diuturnamente pelo noticiário econômico é um dente dessa engrenagem, não um recorte isento do país.

    A escolha menospreza singularidades que podem subverter a dinâmica da crise, entre elas a maior de todas: o impulso industrializante representado pelo pré-sal, uma oportunidade ímpar –talvez a última da história– de regenerar uma base fabril asfixiada por décadas de esmagamento cambial e competitivo.

    Só se concebe desdenhar dessa fresta –como faz a agenda do PSDB— se a concepção de país aí embutida menosprezar o papel de um parque manufatureiro próprio.

    Mais que isso: se a alavanca acalentada para devolver dinamismo à economia for o chamado ‘choque de competitividade’, tão a gosto da Casa das Garças tucana.

    Do que consta?

    Daquilo que a emissão conservadora embarcada na mesma agenda alardeia dia sim, o outro também.

    Uma abrupta redução de tarifas que mataria um punhado de coelhos ao mesmo tempo: dizimaria o parque industrial ‘ineficiente’ –como fez Pinochet no Chile; como fizeram Ernesto Zedillo e Vicente Fox no México, com as maquiladoras; reduziria de imediato a inflação e despejaria boa parcela do operariado industrial na rua, barateando o ‘custo Brasil’ e aleijando os sindicatos e o PT.

    É esse o recheio que pulsa na omissão ao pré-sal na agenda tucana.

    O velho recheio feito de ingredientes tão excludentes que se recomenda dissimular em um texto eleitoral propagandístico: ajuste fiscal drástico; ampla abertura comercial; livre movimento de capitais; intensa privatização das empresas estatais (quando Aécio fala em ‘estatizar’ a Petrobrás é a novilíngua, em ação beligerante contra o PT); eliminação dos subsídios e incentivos a diferentes segmentos produtivos; cortes de direitos trabalhistas e de poder aquisitivo real dos salários.

    Ou seja, o ideário neoliberal que jogou o planeta na crise na qual se arrasta há cinco anos.

    Por último, ressuscitar o espírito da Alca e atrelar a diplomacia do Itamaraty aos interesses norte-americanos.

    Reconheça-se, não é fácil pavimentar o percurso oposto, como vem tentando o Brasil desde 2008.

    O dinamismo industrial que o Brasil perdeu nas últimas décadas, por exemplo –sob cerco da importação barata da Ásia e do Real valorizado– teria que ser substituído por um gigantesco esforço de inovação e redesenho fabril, a um custo que uma nação em desenvolvimento dificilmente poderia arcar.

    O atraso da inserção brasileira nas grandes cadeias globais de fornecimento e tecnologia seria praticamente irreparável.Exceto se tivesse em seu horizonte a exploração soberana, e o refino, das maiores jazidas de petróleo descobertas no século 21.

    Que a maior fábrica farão do país o maior fabricante de plataformas de petróleo do século XXI. E que já erguem na ilha do Fundão , na Universidade Federal do RJ, um dos maiores centros de pesquisa tecnológica do planeta associado à energia.

    É esse bilhete premiado que a agenda de Aécio omite olimpicamente: o trunfo que avaliza a possibilidade da reindustrialização como resposta brasileira à crise.

    O pré-sal não é uma panacéia, mas uma realidade.

    Que já produz 400 mil barris/dia.

    Em quatro anos, a Petrobras estará extraindo 1 milhão de barris/dia da Bacia de Campos.

    Em menos de sete anos serão 2,1 milhões de barris/dia.

    Praticamente dobrando da produção atual.

    Isso mudou o tamanho geopolítico do Brasil.

    E pode mudar o destino do seu desenvolvimento.

    Não é uma certeza, mas uma possibilidade histórica.

    Os efeitos virtuosos desse salto no conjunto da economia brasileira exigem uma costura de determinação política.

    Que a agenda eleitoral do PSDB omite, renega e descarta.
    Postado por Miro às 17:18

  5. Até pelo nome o PSDB é tido como um partido que nasceu como de centro-esquerda. Mas essa ideia ideológica não bate com a realidade do partido desde as primeiras experiências como governo, ou nos parlamentos que atuou e atua. Penso que o PSDB já nasceu velho, porque nasceu sem nenhum projeto de futuro para o país. Se no início havia alguns incautos, hoje só sobraram os oportunistas, típicos representantes da cultura do vira-lata. Não por acaso são os legítimos representantes do neoliberalismo no país.

  6. Pois é, o pré-sal já produz 400 mil barris de petróleo POR DIA. E o Menino do Rio ignorou.

  7. Com concessão da BR-163, ida de MT até porto vai custar R$ 786 para caminhão

    Com a licitação da BR-163, o produtor de soja pagará R$ 26 por tonelada só de pedágio para transportar o produto de Sinop (MT), um dos principais municípios produtores de soja do país, a Paranaguá (PR), uma das principais saídas para a exportação.

    O ministro dos Transportes, César Borges, apresentou ontem a estimativa de gastos de R$ 786 com pedágios em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná para um caminhão de seis eixos, que transporta 30 toneladas de soja.

    O cálculo considera os descontos alcançados nas licitações e o valor dos pedágios cobrados hoje no Paraná. Pelas contas do governo, o produtor gastará R$ 147 com pedágio em Mato Grosso, R$ 255 em Mato Grosso do Sul e R$ 384 no Paraná.

    Uma tonelada de soja é comercializada no Brasil a cerca de R$ 1.100.

    Nos EUA, as despesas com o transporte da soja em uma extensão semelhante, de aproximadamente 2.000 quilômetros, são de R$ 35 a R$ 70 por tonelada, diz Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja (que reúne produtores de soja de Mato Grosso).

    Ele comemora, porém, os benefícios da concessão da BR-163 ao setor privado, como a melhora na qualidade da estrada e maior segurança no transporte.

    Apesar do início da cobrança de pedágio na rodovia, ele não prevê alta no custo do frete. “O pagamento do pedágio vai compensar gastos com combustíveis e manutenção.”

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1387162-com-concessao-da-br-163-ida-de-mt-ate-porto-vai-custar-r-786-para-caminhao.shtml

  8. Nada a estranhar . Pre-sal não diz nada para o. Programa dos tucanos. Eles são contra o regime de partilha. Para eles o sistema de concecoes eh o único que consideram válido. Tudo pelo mercado e nada pelo estado. Isto eh programático

  9. Prefeito corrupto do PSDB é preso. Cadê o JN?

    Ex-prefeito (PSDB) de Três Corações se entrega a Polícia Federal

    Fausto Ximenes (PSDB) não havia sido encontrado durante operação. Rede de corrupção teria agido durante administração do ex-prefeito

    O ex-prefeito de Três Corações (MG), Fausto Ximenes (PSDB), se entregou na manhã desta quarta-feira (18) na Polícia Federal, em Varginha (MG). O ex-prefeito não havia sido encontrado pelos agentes da PF durante a realização da Operação Metástase 57 nesta terça-feira (17). Conforme o delegado regional da PF, João Carlos Girotto, a suspeita é de que o ex-prefeito encabeçava o esquema, já que segundo as investigações, era ele quem liberava o pagamento às empresas que venciam as licitações. A Polícia Federal informou que mais dois mandados de prisões ainda faltavam para ser cumpridos em Três Corações.

    Entre os presos e conduzidos, segundo a PF, estão 12 secretários do mandato anterior, o vice da administração passada, Sergio Auad (DEM), e o presidente da Câmara de Três Corações, Altair Nogueira (PPS), além de empresários e servidores públicos. Também foram presos dois secretários da atual administração que também ocupavam cargos de confiança na administração passada.

    O atual prefeito de Três Corações, Cláudio Pereira, disse que por enquanto não vai se pronunciar sobre o assunto. Os dois funcionários já foram exonerados. Segundo o diretor da Câmara Municipal de Vereadores, Jorge Vitor da Costa, quem assume interinamente a presidência do Legislativo é a vice-presidente Regina Valadão Moisés, do Partido da Solidariedade.

    Em nota oficial distribuída à imprensa, a Prefeitura de Três Corações informou que “apesar da atual administração não pactuar com qualquer desvio de conduta, preocupa-se com os servidores envolvidos, esperando a solução final da justiça para que possa se posicionar e tomar as devidas providências. O município de Três Corações espera que a justiça prevaleça e que apure as devidas responsabilidades”.

    Segundo o auditor fiscal e coordenador da operação, Rôney Freire, a Receita Federal vai analisar todos os documentos apreendidos na operação. O objetivo é identificar o que de fato é ilícito. Os envolvidos podem ter que devolver os valores desviados ou ter os bens bloqueados. Todas as provas encontradas serão encaminhadas ao Ministério Público, que dará prosseguimento à denúncia. Ainda não há uma data de quando o trabalho será concluído.
    O advogado do presidente da Câmara, Adriano de Oliveira Silva, disse por telefone que não vai comentar o assunto, já que o processo corre em segredo de Justiça. O G1 ainda não obteve retorno dos advogados dos outros suspeitos presos pela Polícia Federal.

    O esquema de corrupção

    Segundo a Polícia Federal, eles faziam parte de uma organização que desviava recursos públicos a partir de fraudes em processos licitatórios. Segundo a investigação, empresas eram contratadas pela Prefeitura de Três Corações (MG) por meio de licitação, mas não executavam o serviço e a verba do contrato era desviada.

    A rede de corrupção teria agido durante a administração do ex-prefeito de Três Corações, Fausto Ximenes (PSDB), que cumpriu mandato de 2009 a 2012.

    As investigações começaram no início de 2012 a partir de informações sobre fraudes nos processos de licitação da prefeitura. “Encontramos indícios de peculato e corrupção em contratos nas áreas de pavimentação, shows e eventos, limpeza urbana, transporte público, merenda escolar, artigos para escritório e mobiliário, aquisição de medicamentos, serviços de internet, aquisição de software, publicidade e locação de imóveis e obras contratadas pela prefeitura”, enumerou o delegado da Polícia Federal Leopoldo Soares Lacerda, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (17).

    Segundo a PF, a partir das informações, foram analisados cerca de 100 contratos entre a prefeitura e fornecedores de produtos e serviços, totalizando mais de R$ 33 milhões em que existe suspeita de desvio de recursos. “O que acontecia é que uma empresa de serviços era contratada pela prefeitura, mas ela não executava o serviço. Ao invés disso, a própria prefeitura fazia o serviço, gerando mais custos, mas a empresa contratada recebia o valor pelo trabalho”, explica Lacerda.

    O esquema, segundo a PF, tinha como objetivo o enriquecimento ilícito dos gestores da prefeitura e empresários. Com o desvio de recursos, muitos serviços básicos da prefeitura deixaram de ser executados. “A prefeitura usava recursos para comprar medicamentos, por exemplo, superfaturava o valor de compra, mas o dinheiro era entregue para a empresa que fazia parte do esquema e que não fornecia o produto. Portanto, o medicamento que seria distribuído de forma gratuita pela administração não era entregue”, afirma o chefe da Polícia Federal de Varginha João Carlos Girotto.

    Fraude em processo de licitação

    Ainda de acordo com Girotto, alguns requisitos do processo de licitação eram alterados para que empresas que não poderiam participar fossem contratadas. “Por exemplo, algumas das empresas tinham dívidas com a União, ou com o Estado, e não tinham a Certidão Negativa de Débito. Aí esse requisito era retirado do processo de licitação para que a empresa envolvida no esquema pudesse participar e ganhar o contrato”, afirma.

    O esquema, segundo Lacerda, envolvia ainda a contratação de empresas em que os proprietários eram servidores da Prefeitura Municipal, o que é vedado por lei. Os auditores da Receita Federal investigam ainda crime de sonegação fiscal, mas nenhum valor foi informado durante a coletiva.

    Operação Metástase 57

    Ao todo foram cumpridos 37 mandados de prisão temporária pela Polícia Federal. Também foram cumpridos 18 mandados de conduções coercitivas, onde os detidos prestaram depoimentos e foram liberados, e 73 mandados de busca e apreensão em diversos pontos nas cidades de Três Corações, Lavras (MG), Varginha (MG), Brasília (DF), Franca (SP) e Belo Horizonte (MG).

    Ainda segundo a PF, cerca de R$ 800 mil foram apreendidos na operação, R$ 500 mil deles em uma empresa de Belo Horizonte que participava do esquema. Ainda foram apreendidos cheques, computadores, documentos e contratos.

    A operação, chamada de “Metástase 57”, faz referência à proliferação da corrupção, e 57 é o número do prédio da Prefeitura de Três Corações. Nesta terça-feira (17), 350 policiais federais e 27 auditores fiscais participaram dos trabalhos.

    Os 33 políticos, servidores e empresários detidos durante a operação ficarão presos por cinco dias, podendo ser prorrogada a prisão por mais cinco dias. Eles foram encaminhados para a Penitenciária de Três Corações e podem responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica e crime da lei de licitações. Numa segunda etapa da investigação, eles ainda podem responder por lavagem de dinheiro.

    Casa do Pelé

    Um dos alvos da operação, a réplica da casa onde Pelé viveu durante a infância, foi inaugurada em 23 de setembro de 2012. De acordo com a investigação da PF, a obra foi orçada em R$ 147 mil e uma construtora de Três Corações foi contratada para executar o serviço. A empresa recebeu o valor da obra, porém não fez o serviço, de acordo com o delegado Lacerda, mas a construção foi executada pela própria prefeitura.

    “Ainda está sendo apurado, mas ao menos mais R$ 200 mil foram gastos na obra [da casa do Pelé] viabilizados por um contrato ‘de fachada’ com outra empresa, e usado para custear a reforma”, afirmou o delegado Lacerda.

    Na inauguração da casa, em setembro de 2012, o Rei Pelé esteve na cidade para visitar a casa e levou uma multidão para as ruas. A réplica da residência foi construída no mesmo local onde ficava a casa onde o Rei do Futebol viveu durante a infância.

    Suspeita de corrupção de menores

    Em maio de 2013, o presidente da Câmara dos Vereadores de Três Corações, Altair Nogueira, já havia sido alvo de suspeita de corrupção de menores durante uma festa em um sítio em Varginha (MG). Nogueira e o dono de um jornal de Três Corações foram convocados a prestar depoimento para uma comissão da Câmara dos Deputados que investigava turismo sexual de menores no Brasil.

    A convocação foi dada após fotos e vídeos da festa, que aconteceu em 2011, irem parar na internet. Nas imagens, duas mulheres aparecem fazendo poses sensuais e praticando sexo com os suspeitos. No registro, é possível ver duas jovens, uma delas menor de idade e que, segundo ela, iria fazer 16 anos na época.

    Segundo Girotto, a Polícia Federal investiga indícios de que, no dia em que o presidente da câmara estava na festa em Varginha, diárias de trabalho foram pagas ao vereador. “O que consta é que ele deveria estar trabalhando nesse dia, as diárias foram pagas, mas o que as imagens revelam é que a situação era outra nesse dia”, afirmou o delegado. As informações são do G1.
    http://www.novojornal.com/minas/noticia/ex-prefeito-de-tres-coracoes-se-entrega-para-a-policia-fede-18-12-2013.html

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