Não basta carregá-los nas costas, ainda temos de agradecer

Deu na Folha, hoje de manhã, que “os emergentes não seguraram” e o lucro mundial da Unilever caiu para 5%, meio por cento abaixo do que a empresa esperava.

E por que “os emergentes não seguraram”?

Porque crescemos “apenas” 10,3%, enquanto os mercados ricos da Europa e dos EUA caíram 1,3%.

Mas lá eles praticam aquelas políticas que nossos comentaristas econômicos acham genial. Aliás, divina e capaz de condenar, como disse aí abaixo o Paulo Moreira Leite, capaz de condenar ao fogo do Inferno quem dela dissentir.

Aqui, nós queremos teimar com essa coisa louca que o Lula inventou, de sustentar a economia com a expansão do consumo da população, vejam só que absurdo!

Essa Unilever, para quem não sabe, é uma multinacional anglo-holandesa que vende sabão, xampu, maionese…É a líder que a concorrente Procter & Gamble quer desbancar e cujo ex-presidente brasileiro – embora seja egípcio – disse numa roda de chororô de empresários nacionais: “eu não vendo PIB, vendo gilete, sabonete…”

Os países emergentes não estão carregando apenas a Unilever nas costas, não. Estão carregando o mundo desenvolvido inteiro, que inundou seus países de liquidez – dinheiro vivo – e depreciou nossas moedas o quanto pode. Agora, insinua fazer o inverso, criando riscos à estabilidade monetária  diante dos quais ficamos impotentes, porque a “liberdade” financeira, comercial e cambial ata as mãos dos governos nacionais.

Além de nos fazerem de mulas, ainda encontram gente que os ajude a pensarmos como mulas e, pior ainda, querem que amemos as rédeas e o chicote.

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