Prender o terrorista não basta para deter o terrorismo

As evidências de que os acampamentos bolsonaristas às portas do quartéis do Exercito, em Brasília e em várias cidades do Brasil, são “incubadoras de terroristas” não pode ficar, como até aqui, apenas no campo das palavras do ministro indicado da Justiça, Flávio Dino.

Seria o mesmo que deixar um ninho de serpentes peçonhentas a alguns metros de sua própria casa.

Não basta, como é provável que ocorra, a prisão de outros cúmplices do terrorista confesso George Souza.

Exige-se uma ação imediata para dispersar estes serpentários montado diante do QG do Exército e de outras unidades militares, e que isso se faça com a participação ostensiva das próprias Forças Armadas, para que se demonstre, publicamente, que elas repudiam e não serão mais tolerantes com os que lhes apelam a uma solução de força e antidemocrática.

Porque não basta que meia dúzia de alucinados seja responsabilizados – e precisam ser – pela intenções e ações terroristas, mas é necessário que os militares brasileiros mostrem que não estão dispostos a serem tolerantes com isso, como foram, aliás, com o então tenente Jair Bolsonaro e seus planos de explodir bombas nos anos 80.

Estamos diante, é evidente, de que um caso meramente policial e o sujeito preso deixa isso claro quando afirma que foi levado a isso pelos apelos do ainda presidente a que seus adeptos se armassem.

Não, é terrorismo político e diretamente voltado a uma esperança – não expressamente desmentida – de um golpe militar.

Militar que se deixa associar a terroristas, ainda que permaneçam no terreno covarde da omissão, não pode ser tolerado por ninguém, a começar pelos chefes militares que honrem as instituições que dirigem.

E o homem que, como seu chefe supremo ainda que por meros seis dias, inspira esta loucura autoritária não pode sair impune da aventura desastrosa que legou ao Brasil: fazer daqui um país onde o terrorismo passou a ser uma ameaça real à sociedade.

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