Não tinha lido, quando escrevi o post sobre o crescimento eleitoral de Jair Bolsonaro.
Mas vejo que meu amigo Fernando Molica, nariz bom para sentir cheiro de podre, também percebe o perigo que se vai criando à nossa frente.
É a imagem do que ele chama de Brasil “brutal, agressivo, intolerante, perverso, adepto do linchamento, incapaz de conviver com a diferença, com o contraditório”.
Os admiradores do deputado da tortura
Fernando Molica, em O Dia
Mais assustador que o deputado federal que elogia torturadores e insiste em atacar princípios básicos dos direitos de cada um de nós é o crescimento daqueles que dizem apoiar suas, vá lá, ideias. Segundo o Datafolha, ele chega a ter 8% das intenções de voto para presidente da República, ou seja, cerca de 11,4 milhões de brasileiros gostariam de vê-lo no Palácio do Planalto.
É provável que parte do apoio venha dos que nele identificam um político honesto, não envolvido em casos de corrupção. Isso explicaria o fato de, em 2014, muitos eleitores terem votado no tal parlamentar e em Marcelo Freixo, do Psol, deputado estadual. Uma dobradinha estapafúrdia, mas que faz algum sentido no aspecto da moralidade pública. O uso de temas patrióticos por parte do deputado federal e sua condição de militar da reserva também dão pistas sobre a origem de tantas intenções de voto. Muita gente — pessoas que se acham incapazes de cuidar da própria vida — sonha com um paizão, um sujeito que ponha ordem na casa, que organize uma suposta bagunça.
Até aí, vá lá. Mas a situação se complica quando se nota o apoio de muitos brasileiros a propostas que absolvem a tortura e incentivam a violência policial e a intolerância em relação a homossexuais. Isto demonstra o quanto somos cruéis, o quanto a lógica da escravidão — que autorizava a tortura de seres humanos em praça pública — permanece entre nós. Não à toa que as intenções de voto no parlamentar cheguem a 23% entre os eleitores mais ricos, herdeiros, ainda que apenas no aspecto simbólico, dos escravocratas que mandavam e desmandavam por aqui.
A aceitação das propostas do deputado revela que há, entre nós, um país brutal, agressivo, intolerante, perverso, adepto do linchamento, incapaz de conviver com a diferença, com o contraditório. Uma nação que considera inimigo aquele que é apenas adversário. Brasileiras e brasileiros que, sabe-se lá por que, sentem-se ameaçados pela existência de homossexuais — cidadãos que pagam impostos como quaisquer outros.
Os conterrâneos que legitimam o deputado assumem um compromisso com o obscurantismo e parecem não ter ideia do risco que correm ao estimular a barbárie. Não poderão reclamar se forem vítimas de violência policial ou mesmo se uma irmã ou uma filha — não importa o motivo — vier a ser detida e for vítima de tortura. Serão assim cúmplices daqueles que irão estuprá-la, pendurá-la no pau de arara e aplicarão choques em suas partes íntimas.
21 respostas
Viva Lula, Viva a Luta, Viva a Dilma, Viva o Brasil Viva a Verdade eles verão que um filho seu não foge a luta, e Brasil renascerá muito mais digno. A Luta e a resistência.como nos ensinou Brizola.Uma vida sem luta não vale a pena.
E pensar que há mulheres que votam nesse filho do cunha! É inacreditável.
Partidos de Bolsonaro em seus 25 anos de vida política. Só partidão. Vejam: Em ordem do primeiro ao atual – PDC, PP, PPR, PPB, PTB. PFL, PP e PSC. Troca de Partido, mais que homem ou mulher mau casados. O último, agora quando o PP foi devassado e denunciado pela Lava-Jato, lá foi o Bolsonaro para o PSC. Deve ser pela santidade dos pessecistas. O que podemos esperar deste torturador de meia pataca. A cassação o espera. Não escapará.
“Eu não devo nada a ninguém. Não tenho o que temer. Quando teve a ditadura eu estava em casa, sossegado, nunca me meti a nada. Azar da Dilma que foi bater de frente com os caras. Tem mais é que ser presa e torturada mesmo”.
Estas são palavras de um conhecido meu, acéfalo, frustrado com a própria vida, com seus fracassos. O ódio que ele tem por petistas o compele a parar qualquer um na rua – eu por exemplo, que não sou petista – e culpar pelas dificuldades que passa. Foi isto que eu escutei, quando disse que estava ocorrendo um golpe e que as coisas não iam melhorar pra ninguém, caso se confirmasse.
Com um argumento como o deste cara, dizer a uma ameba destas que ela pode ser a próxima vítima é pedir pra ser escrachado por ela. E vejam como é fácil admitir seu comodismo, sua covardia, seu egoísmo, seu recalque… Tudo num único “raciocínio”. A falta de caráter já não precisa ser acobertada.
Uns dizem que a internet pode ser um bom fator aglutinador pra este tipo de idiota. Acredito mesmo, que seja. Mas, a semente não vinga se não houver solo fértil. E este solo está pronto pra cultivo há muito tempo. Acho que nunca se exauriu. A única coisa que faltava era o interesse em irrigar esta lavoura maldita.
O calcanhar de aquiles dos que estão instrumentalizando esta perversão latente é justamente a opinião pública internacional. Eles não contavam com tamanha rejeição, com uma indignação declarada e incontida pelo mundo afora. Acreditaram talvez, que a esbórnia moral estivesse completamente globalizada. Pura arrogância. Ou então, que seria possível manipular a opinião pública internacional, com a certeza de que possuíam credibilidade e apoio logístico para tal. Quebraram a cara. A última coisa que aqueles que pensam “bolsonariamente” pelo mundo afora – e não são poucos – desejam é assumirem-se fascistas de carteirinha. O projeto ultraliberal fascista se equilibra na corda bamba com o discurso de defesa das liberdades e o discurso acusatório contra o estatismo e o nacionalismo, invariavelmente associados com a tirania, a corrupção e o atraso. Apoiar a queda de Dilma, por mais que quisessem, seria confirmar ao mundo aquilo que todos já intuem. Seria confirmar o caráter hipócrita do discurso “primaveril” e sua verve fascista. Está na cara que a oposição brasileira, se enquadraria muito mais no arquétipo da vilania ao qual as tinktanks “revolucionárias” afirmam combater, embora estejam do mesmo lado que elas. Seria admitir que a ideologia e a prática políticas que defendem dizem mais respeito aos interesses de gente como a turba do Congresso brasileiro do que aos que desejam mudanças profundas em seus países de forma sincera, embora manipulada. O mundo, graças a uma História diferente de nossa República de Bananas, tem cultura, consciência política e senso de pertencimento em relação à democracia suficientes para, ainda, manifestarem alguma indignação contra um golpe político e contra agentes sujos, capazes de superar até figuras como Berlusconni, Bush, Trump ou qualquer outro vilão folclórico que venha a surgir.
Por outro lado quem tem que se preocupar mesmo com ele, são os coxinhas atucanados, que perdem dia a dia votos para o ilustre representante da extrema direita. Pergunta se os eleitores do Lula migram para um Bostonaro destes aí. Nem a pau Juvenal.
E o Moro, hein? Caiu direitinho nas garras dos comunicativos. Mais influente do planeta. Senha para prender o Lula? Quer dizer, influente na imprensa do planeta PIG. Ganhou o premio, agora tem que rezar a cartilha senão será o próximo descartado da mídia.
Ué, mas a “imprensa internacional” não estava denunciando o “golpe” contra o PT? Ah, entendi, eram só os velhos jornais mais à esquerda, alguns dos quais devem ser, como os nossos esquerdistas, influenciáveis por gordas contribuições. Mas parece até que alguns que transmitiram as mentiras petistas já perceberam a furada e mostraram o lado certo da coisa. Porém, continuem pagando para o casalzinho Miranda – Greenwald. Quem sabe eles conseguem emplacar uma nota na página 20 da Gazeta do Azerbaijão ou coisa similar? Já pensou como vocês poderiam faturar isso? “Imprensa da Ásia também reconhece o golpe”.
Tu és leitor disfuncional? A pessoa a quem tu respondes se referiu ao “planeta PIG”, coisa bem nossa, brasileira. Esta pessoa a quem tu respondeste não se referiu ao PIG do planeta. Planeta, pateta… tudo a ver.
Alguém informa se Moro viajou com dinheiro público?
Se Janot estava no evento ( com o Paulo Leman)
Moro tbem estava?
Por que os filhotes do cruzamento de Azedo com Carvalho postam aqui?
Nao entendi. Não há banheiro na casa?
Seria bom se o líder fascista fundasse um partido de extrema direita, tipo os europeus “Aurora Dourada” e outros. Mas ele não tem estofo ideológico e formação teórica sequer para isso. Seu partido é o partido da brutalidade, da grosseria e da estupidez arrogante, só isso.
Lula golpista:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-vai-a-renan-tentar-golpe-da-nova-eleicao-nova-falacia-golpista-plebiscito-e-tudo-inconstitucional/
E se vocês disserem que Reinaldo Azevedo mente, Paulo Henrique Amorim também mente:
http://www.conversaafiada.com.br/politica/lula-e-renan-se-encontram
Ontem, 26.06.2016, o asqueroso pit bul da Veja elaborou um raciocínio inacreditável: para desqualificar a honestidade de Dilma em relação ao Estado brasileiro a comparou a probidade –pasmem senhoras e senhores – de Hitler ao Estado nazista… Entenderam bem?
Mas n?o foi só isso… Os latidos continuaram… De acordo com o subanimal o fato de Dilma não ter enriquecido no poder não significaria muita coisa, pois também Stálin não enriqueceu..
Entenderam?
Perceberam as raízes do atual GOLPE em andamento?
É assim que funciona a cabeça de um psicopata potencial…
Para apaziguar a culpa do crime cometido, o psicopata necessita macular a inocência de sua vítima com a podridão de seu caráter… Assim, doentio, o psicopata continua com a sua sina de assassino. SIMPLES ASSIM.
Mas não significa mesmo. O socialista Stalin não foi maquinista de nenhum trem para a Sibéria, o nacional-socialista Hitler não matou pessoalmente nenhum judeu, etc. Se a Dilma também põe os bens no nome de laranjas, como o Lula, se ela se contenta em servir à causa sem pegar a sua parte, isso é irrelevante. É como ela dizer (como já disse) que o dinheiro que roubava na época do terrorismo era todo destinado à Cuba e à quadrilha, não para o enriquecimento pessoal. Roubou é ladra, não interessa a motivação e como foi dividido o butim. O fato é que nos últimos anos ela compartilhou a chefia da roubalheira e deve ser presa junto com o Lula.
Vai estudar, ernesto…
Esse Machismo de Bolsonaro me lembrou o caso do Tenente-Coronel Sergio Carlos Zani Maia.
Conhecido por seus primeiros lugares onde houvesse disputas e temido por sua perseguição a Gays dentro do Exercito, foi flagrado fazendo sexo oral com outro homem dentro de uma automóvel no bairro da Piedade.
Foi expulso das forças armadas e apareceu morto após ser espancado por “desconhecidos”
http://www1.folha.uol.com.br/fol/geral/gx019395.htm
Brito,
Minha sogra é uma pensionista de militar octogenária. Ela acha o Bolsonaro o máximo, “porque ele é o único que defende os militares” – palavras dela, e leia-se, único que pede aumento de salário e pensão para os militares.
Milhares de velhinhas e velhinhos aqui no Rio acham que o deputado é o paladino dos militares e suas pensionistas. Quem lembra do começo dele sabe porque: “seu” Jair era capitão do exército e se escondendo atras das esposas e parentes da milicada promoveu manifestações por maiores salários (na época eram até reivindicações justas), e aproveitou a popularidade nos quartéis para se lançar na política.
Viveu desses votos por muitos anos, até encontrar a bandeira da intolerância – do nazismo, a rigor – sendo levantada por Malafaias e Marcos
Felicianos. Direitista por formação, se agarrou nela e agora é considerado ídolo, desculpem ídolo não, porque evangélicos não podem ser idólatras, é o “anjo” vingador de uma larga camada de “irmãos” cevados na intolerância aos costumes da sociedade moderna.
A maioria dos simpatizantes do deputado encontram nele não um defensor da tortura e das iniquidades da ditadura. Vêem nele o inimigo dos gays, da dissolução de costumes que seus pastores ensinam a enxergar em tudo que represente liberdade sexual e afirmação de outras estruturas familiares fora do “bom” e velho patriarcalismo bíblico. Alguns, como um colega de trabalho meu, nunca haviam ouvido falar que Jair Bolsonaro era militar na ditadura e que defende tortura e torturadores como método de lidar com as diferenças políticas. Só sabia que ele era anti-gay e contra o crime e a corrupção. E isso era o que bastava.
Talvez haja 11 milhões de brasileiros que defendam ardorosamente a violência contra quem pense diferente, acredito mesmo que haja. Mas nem todos os que dizem que votariam nele manteriam essa opinião sabendo o que ele realmente pensa…
A imprensa tem grande parte nisso tudo. Não foi ela quem criou essa mentalidade, mas ela ajudou a manter essa estupidez, com noticiários que espetacularizam o crime em troca de audiência e enaltecem os repressores, sem apontar soluções pacíficas para conflitos. Em vez de construir condomínios fechados, cheios de seguranças e grades, alarmes, não seria melhor criar uma sociedade com oportunidades e educação para todos?