No blog de Josias de Souza, certamente com boas informações, o Ministro da Justiça, Torquato Jardim, afinal, diz uma verdade que precisava ser dita: o comando da PM no Rio decorre de “acerto com deputado estadual e o crime organizado.” Mais: “Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.”
Torquato sustenta que o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, ex-comandante do 3º Batalhão da PM no bairro carioca do Méier foi uma emboscada e uma execução. Não tenho, claro, as informações que ele tem, mas morei por muitos anos numa vila exatamente ali, na Rua Guapuí, hoje fechada com um portão. Há um sinal de trânsito em um aclive acentuado, que torna impossível uma arrancada rápida para fugir, com grande chance, até, de o motor “morrer” com uma tentativa de sair em disparada.
O que Torquato diz a Josias é de imensa gravidade e exige uma investigação imediata do Ministério Público, por que é a mais alta autoridade do país afirmando, abertamente, que a polícia comanda o crime no Rio, que deveria se preocupar com isso em lugar de chamar o Kim Kataguiri para fazer palestra sobre “vitimismo”.
O que o ministro diz, todos os moradores de comunidades pobres do Rio sabem.
Comando da PM no Rio é acertado com
deputado estadual e crime, diz ministro
O ministro Torquato Jardim (Justiça) faz um diagnóstico aterrador do setor de segurança pública no Rio de Janeiro. Declara, por exemplo, que o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, e o secretário de Segurança do Estado, Roberto Sá, não controlam a Polícia Militar. Para ele, o comando da PM no Rio decorre de “acerto com deputado estadual e o crime organizado.” Mais: “Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.”
Torquato declara-se convencido de que o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, que comandava o 3º Batalhão da PM carioca, no bairro do Méier, não foi resultado de um assalto. ”Esse coronel que foi executado ninguém me convence que não foi acerto de contas.” O ministro conta que conversou sobre o assunto com o governador e o secretário de Segurança do Rio. Encontrou-os na última sexta-feira, em Rio Branco (AC), numa reunião com governadores de vários Estados.
“Eu cobrei do Roberto Sá e do Pezão”, relata Torquato. Entretanto, os interlocutores do ministro reiteraram que se tratou de um assalto. E o ministro: “Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel à paisana, num carro descaracterizado. O motorista era um sargento da confiança dele.”
Na avaliação do ministro da Justiça, está ocorrendo uma mudança no perfil do comando da criminalidade no Rio. “O que está acontecendo hoje é que a milícia está tomando conta do narcotráfico.” Por quê? Os principais chefões do tráfico estão trancafiados em presídios federais. E o crime organizado “deixou de ser vertical. Passou a ser uma operação horizontal, muito mais difícil de controlar.”
Ao esmiuçar seu raciocínio, Toquato declarou que a horizontalização do crime fez crescer o poder de capitães e tenentes da política. “Aí é onde os comandantes de batalhão passam a ter influência. Não tem um chefão para controlar. Cada um vai ficar dono do seu pedaço. Hoje, os comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio.”
Torquato diz acreditar que o socorro do governo federal ao Rio, envolvendo as Forças Armadas, a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária, vai atenuar os problemas. Mas “a virada da curva ficará para 2019, com outro presidente e outro governador. Com o atual governo do Rio não será possível.”
O ministro relata: “Nós já tivemos conversas —ora eu sozinho, ora com o Raul Jungmann [ministro da Defesa] e o Sérgio Etchegoyen [chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência]—, conversas duríssimas com o secretário de Segurança do Estado e com governador. Não tem comando.”.
18 respostas
De bandidos ele entende , trabalha para um monte deles !
A mais pura verdade. Sente o cheiro de longe.
Tomara que seja só o Rio, ne mesmo?
Na mosca. Nem parece ser ministro de Temer.
O filme tropa de elite já havia denunciado, algo que é comum em todo o Brasil, e já existe a mais de 80 anos, não é nenhuma novidade. A nossa sociedade se alimentou e se alimenta da herança do escravagismo e da corrupção ela se impregnou no dna, somente por meio da educação, do debate franco, de uma justiça menos corrupta e de uma profunda reforma política e social isso mudará, a tendencia hoje é de se agravar.
Deveria começar por esse blog essa discussão de fundo, esse “debate franco”. Em vez disso vemos a reprodução da mesmice, dos preconceitos e das provocações que embalam as vidas de muitos.
Qual o batalhão que você comanda?
sempre fica escondido o principal ator dessa farsa.
sem sua participação ativa, digo mesmo, sem sua coordenação, nada disso seria possível.
refiro-me aos urubús de preto.
Temer quer usar o centro de defesa cibernética do Exército, com apoio da abin, contra o fake news.
Os caras se esqueceram que o golpe jurídico/midiático que os levaram ao poder foi dado na base de uma Blitzkrieg de fake news – Hybrid warfare – manual da CIA.
com apoio da grande imprensa nacional e internacional;
Acho que meu controle de fake news com meu PC velho funcional melhor do que este tal centro de defesa cibernética do exército. Até poderia dar duas centenas de fake news nacionais e internacionais que estão ocorrendo nesta manhã. Dica :geralmente os fake news começam em grandes jornais e agências de notícias muito bem conceituados pelo mercado.
Há um dito popular que se encaixa com perfeição na fala de Torquato Jardim: “pimenta no ** dos outros é refresco”. Como bem observado por Fernando Brito, na apresentação da fala de Torquato Jardim, quem mora no Rio não se surpreende com qualquer das declarações bombásticas e contundentes feitas pelo atual ocupante do ministério da justiça.
Mas Torquato nada diz – e provavelmente nada lhe tenha sido perguntado pelo blogueiro do PIG/PPV – sobre a falta de comando na polícia federal, em tese subordinada ao ministério da justiça, comandado por ele. Que José Eduardo Cardozo não tinha nenhum comando sobre a PF até o mundo mineral sabe; que Alexandre de Moraes – que não conseguiu provar a origem lícita dos mais de 4 milhões que usou para compra de imóveis em SP em menos de dois anos, sendo que, tirante esses dois anos, sempre atuou como funcionário público (procurador do MP ou secretário de estado), de modo que são incompatíveis com essas atividades os investimentos imobiliários feitos por AM, que não demonstrou ter prestado serviços advocatícios capazes de ensejar a renda milionária – foi leniente, negligente, omisso, cúmplice e conivente com a matança de presos em presídios de RR, AM e RN, levada a cabo pela facção PCC, para a qual Alexandre de Moraes é acusado de ter advogado, sabemos todos.
A PF que Torquato Jardim não controla inocentou sumàriamente a família Perrella, proprietária do helicoca, apreendido com quase 1/2 tonelada de pasta-base de cocaína, em novembro de 2013, na cidade da Afonso Cláudio, interior do ES. A mesma PF que TJ não controla levou à morte o reitor da UFSC, no dia 2 de outubro de 2017; mas sobre isso o ministro da justiça nada fala e nada os blogueiros do PIG/PPV lhe perguntam.
Outra pergunta que não deve ter sido feita a Torquato Jardim é sobre quem são os fornecedores de armamento pesado para o chamado “crime organizado”, seja o Rio, seja em qualquer outra grande cidade brasileira.
se puder leia o que escrevi aqui nos comentários. eu acho que tem muito boi nessa linha.
Caro João de Paiva. Se o atual ministro da Justiça, ex-morador da rua Guapuí (talvez ali nascido e criado), participa do plano de campanha de eleição de seu colega da Defesa Jungmann (nascido e criado no Recife) ao governo do RJ, e se lhe falta talento para fazer pronunciamentos inverossímeis como Temer ou para empunhar um facão e cortar pé de mato ou de maconha como o atual Supremo Alexandre, Torquato Jardim não pode escamotear os evidentes crimes e risco de crescente violência no Rio. Sem se comprometer, ou a União, joga a batata quente para autoridades estaduais e políticos locais, já ameaçados de indício em possível processo pelo Moro carioca, pipoqueiro, raspador de cabeças, de fé inabalável e impoluta, juiz Bretas, e ainda consegue sinalizar possíveis investigações, no intuito de pretender enquadrar os bandidos que agem dentro da PM carioca, ao menos durante a campanha eleitoral. O ministro Torquato mostra ser um bom carioca, e quer o bem de sua bela cidade. Como disse o francês Pascal, imortalizado pelo bom baiano João Gilberto, “O coração tem razões que a própria razão desconhece…”, mas quem faz o livro-caixa da Globo adivinha, e especula. Eleições, negociações, composições, pacificações, ilusões, traições, imposições…milhões, bilhões! Abaixo o golpe!
P.s.– O advogado carioca-brasiliense Torquato Jardim poderia abandonar o florentino Maquiavel ou o chinês Sun Tsu e ler e ouvir mais as palavras do poeta Torquato Neto, nascido e criado no Piaui. Porque o maior legado do também piauiense Moreira Franco, de seu governo no RJ, foi a extinção, por vingança, do programa de educação dos CIEPs de Darcy Ribeiro-Niemeyer-Brizola, numa sentença prévia de condenação não só à perpetuação da condição de atraso e abandono dos pobres alunos de então, mas ao futuro de insegurança nas ruas e lares, e ao presente de perigos que hoje experimentamos todos, ciosos pela situação de crise e crime em todo o Brasil e não só no Rio. Moreira Franco, como tantas outras bem-educadas proeminências do governo Temer, estará para sempre associado ao roubo, ao crime, à farsa, tal como as encobertas máfias-chantagistas nos quartéis da PM, no Rio e no Brasil, são associadas aos periféricos bandos urbanos de traficantes de drogas, deseducados e empedernidos marginais. Sem nenhuma saudade da infância, aurora perdida antes dos 8, sem pai, com meia mãe ou inteira, saindo cedo, voltando tarde, trabalho longe, e fora de um projeto CIEP que não há mais, porque Moreira Franco(!) desescolou… e sem o poder da memória, da lombada do chão, da rua Guapuí, Rio, Brasil! Se como retrato na retina, já dói, ao vivo, e sem poesia, é de matar ou morrer, com luta.
E tambem não fala sobre como são, e em quais estados são válidos os acordos entre a o poder publico estadual (secret.de Segurança) e o crime organizado…
Acordos abrangentes, pragmaticos e funcionais, a julgar pelo que é visto no Estado de SP.
Todo carioca não bairrista sabe disso. Máfia chinesa, russa, italiana, colombiana, mexicana são os melhores Serie D, perto da bandidagem de elite do Rio.
Tropa de Elite 2 perde pra realidade… já está bom do diretor José Padilha pensar no terceiro filme da série, detonando judiciário e mídia que sustentam esse “sistema foda”, nas palavras do ex capitão Nascimento.
SÓ O RIO E ME ENGANA QUE EU GOSTO
Pela lei que eu conheço, não é o caso de intervenção Federal?
SO POR CURIOSIDADE ESSA CONDUTA DESTE ESPETACULAR MINISTRO DA JUSTICA NAO E PREVARICACAO CADE OS DEPUTADOS E SENADORES DA ESQUERDA