Só o complexo de vira-latas explica o desejo de vender a Embraer

embrabomb

A Embraer não é uma empresa de propriedade majoritariamente brasileira: 52% de suas ações  são negociadas na Bolsa de Nova York.

Desde  1994, na avant-premiére do governo tucano feita sob Itamar Franco, quando foi comprada pela bagatela de R$ 154 milhões ou, em dólares,  três dos jatos E190-E2 que ela hoje produz para a aviação comercial. E em moedas podres, títulos do governo sem valor de mercado.

Como 70% o capital da empresa estão pulverizados entre  acionistas que possuem menos de 5% do capital da empresa, a identidade da empresa se sobrepõe, com folga, aos interesses minoritários.

Ela é o corolário  do esforço que o país faz, desde 1939, para ter uma indústria de aviação, quando Getúlio Vargas criou a Fabrica Nacional de Motores, da qual todos se lembram pelos caminhões “Fenemê”, mas poucos sabem que era uma unidade de fabricação de motores de avião, arruinada quando, no final da guerra, o mundo foi inundado por  motores (e aviões) desmobilizados pela Força Aérea dos EUA.

Outra iniciativa que se bloqueou foi o desenvolvimento da Eletromecânica Celma, que fazia a manutenção e fabricação de peças para turbinas e, dominando progressivamente sua tecnologia, abria para o país a perspectiva, ainda que embrionária,  de produzir motores a jato. Privatizada no governo Collor, foi parar nas mãos da gigante americana General Eletric e se limita a funcionar como oficina de revisão e teste das turbinas fabricadas pela americana.

O grau de excelência e complexidade que – com pessoal brasileiro e subsídios públicos- a Embraer atingiu só pode ser desprezado por tolos ou por muito espertos, que querem falar de sua venda como quem fala da venda de um supermercado ou a de uma loja de departamentos.

Não é biscoito um empresa que se alterna com a canadense Bombardier na terceira e quarta posição entre os fabricantes de jatos comerciais do mundo, que fatura mais de R$ 21 bilhões anuais e entrega perto de 250 aeronaves por  ano.

Aeronáutica civil e militar podem ser separadas no aspecto comercial, ,as nem uma nem outra pode ser separadas no domínio de tecnologia. E tecnologia, para uma empresa como a  americana Boeing, não é separada da “segurança nacional” dos EUA.

Não é difícil prever o poder de fogo dela em relação à Embraer, na tal “parceira” que se anuncia: a americana fatura US$ 94,5 bilhões, 15 vezes o faturamento da brasileira.

O que o Brasil ganha abrindo mão – seja em que escala for – de uma das suas mais projetadas empresas globais?

Há meio século, a Volkswagen comprou a DKW, montadora brasileira que usava modelos alemães da Auto Union. Foi em setembro, com a promessa de continuar as linhas de produção. Em dezembro, fechou-as para nunca mais abrirem.

 

contrib1

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19 respostas

  1. A lava jato atingiu também com a Mectron/Odebrecht que acabou vendendo a unidade de drones brasileiros e acabou vendida para a israelense elbit system.

  2. Quando a Folha de São Paulo diz que um “nacionalismo tacanho” quer atrapalhar o negócio no qual a Boeing quer comprar a parte mais lucrativa da Embraer, e muito provavelmente levá-la para os Estados Unidos onde vai gerar preciosos milhares de empregos especializados, é a confissão explícita de que para a Folha o capitalismo global e o progresso americano é muito mais importante do que o interesse nacional do Brasil. Ela, Folha, está a defender que antes de qualquer coisa deve estar o interesse meramente financeiro dos acionistas. Para a Folha, as ligações e compromissos desenvolvimentistas que a empresa Embraer tem para com o país e seus deveres específicos para com a segurança e defesa nacionais, são apenas “nacionalismo tacanho” e não valem um centavo furado.

  3. Para o IMUNDO ALVES que defeca sua miséria por aqui .
    ——-aos corruptos, incluídos os que tu apoias e que não são combatidos,o rigor da lei,aos imbecis como tu,o
    que fazer? castra-los para impedir que se reproduzam ——

  4. Discordo parcialmente. Além disso, o desejo de vender o patrimônio nacional tem uma motivação, até mais forte: PROPINA.

  5. Rapaz, Fernandinho também é História! Muito obrigado pela aula. Nesse ponto concordo com você: não há porque compartilhar, em nenhum grau, a Embraer.

    1. Kawarinha
      Você não é pra concordar com porra nenhuma, sua filha da puta. Vá procurar rolas xibunguinha de MERDA.
      NÃO PEÇA ARREGO !
      Só se for a sua mãe (blogueira), filho da puta !
      Não se faça de engraçadinha, xibunguinha!
      Acabou o indulto de Natal, vagabunda ! Não espere indulto de Ano Novo !
      Você tá lascada boneca vadia .
      Lula é ladrão ?
      Vocês quando veem o nome do Lula começam a dar coceiras nos CUS e desatam a escrever mais MERDA.
      Lave a porra da sua boca pra falar da Dilma ou do Lula.
      Você, Capiau V.C.M.P e o Arnestinha o troca-troca ?
      Vão entrar o Ano com esse troca-troca ?
      A diferença entre eu e você, é que voce, ganha pra disseminar MERDA . Eu faço por puro PRAZER .
      NÃO PRECISO TER PRESSA. TENHO TODO TEMPO DO MUNDO.
      VAGABUNDINHA.
      Xibunguinha !
      Vagaba !

    2. Kawarinha
      Você não é pra concordar com porra nenhuma, sua filha da puta. Vá procurar rolas xibunguinha de MERDA.
      NÃO PEÇA ARREGO !
      Só se for a sua mãe (blogueira), filho da puta !
      Não se faça de engraçadinha, xibunguinha!
      Acabou o indulto de Natal, vagabunda ! Não espere indulto de Ano Novo !
      Você tá lascada boneca vadia .
      Lula é ladrão ?
      Vocês quando veem o nome do Lula começam a dar coceiras nos CUS e desatam a escrever mais MERDA.
      Lave a porra da sua boca pra falar da Dilma ou do Lula.
      Você, Capiau V.C.M.P e o Arnestinha o troca-troca ?
      Vão entrar o Ano com esse troca-troca ?
      A diferença entre eu e você, é que voce, ganha pra disseminar MERDA . Eu faço por puro PRAZER .
      NÃO PRECISO TER PRESSA. TENHO TODO TEMPO DO MUNDO.
      VAGABUNDINHA.
      Xibunguinha !

  6. “(…)Há meio século, a Volkswagen comprou a DKW, montadora brasileira (…)”

    Caro Brito, por favor, corrija esta parte do texto. A Volkswagen comprou a VEMAG (Veículos e Máquinas Agrícolas), que fabricava sob licença no Brasil veículos DKW (que eram sim, veículos da alemã Auto Union).

    1. Complementando, a VEMAG é que era brasileira.

      A Volkswagen comprou a Auto Union na Alemanha em 1965, e não renovou a licença dos carros DKW à VEMAG, que expirava em 1967.

      Deixando a VEMAG sem emparedada, sem saída, comprou-a e esta passou à História.

  7. A Embraer precisa ser nacionalizada.
    Grande desafio do próximo governo é nacionalizar uma parte da economia e colocar o empresariado nacionalista- deve ter alguns- para produzir.
    Não adianta substituir apenas por empresas multinacionais. É suicídio.

  8. Aqui na Baixada Santista ocorreu algo parecido com a COSIPA; vendida, virou Usiminas, e quando a economia apertou, os novos proprietários japoneses fecharam certas unidades de produção aqui. Resultado: Desemprego no Brasil e manutenção de empregos no Japão!

  9. Existe uma jogada de mercado que está colocando em xeque a existência da EMBRAER. Essa jogada foi implementada pela Airbus que se associou com a Bombardier para competir com a Boeing no setor que a EMBRAER domina que são os jatos comerciais de médio porte para rotas regionais. Neste novo cenário a EMBRAER não disputará mercado com uma empresa do mesmo porte dela e sim com a gigantesca AIRBUS. Quem você acha que sairá ganhando? A EMBRAER não tem saída, ou faz alguma sociedade com a Boeing, a qual já mantém relações de trocas de tecnologia, ou em pouco tempo seu valor de mercado não será nem uma fração do que é hoje.

  10. Só o anseio da Comissão justifica a venda. Há milênios que o vendedor só produz se a comissão for boa. Que o diga o mascote José Serra…

  11. A coisa mais difícil que tem no Brasil é encontrar um patriota. Tem muito fingido, mas patriota é coisa bem rara. Os caras acham que vão vender uma empresa genuinamente nacional para uma multinacional e eles ou filhos deles brazucas vão entrar num cargo bom e de destaque nessa multinacional.
    Multinacional só contrata parente e amigo ou o cara que tiver diploma de universidade boa e for um geniozinho da área.
    Caso contrário, será apenas um trabalhador braçal com diploma.

  12. Bom, nesse caso já é muita cegueira achar que é caso isolado. Até 2014 foram centenas de empresas nacionais, importantes em suas áreas de atuações, que foram ou totalmente vendidas ou majoritariamente. As áreas são muitas, fico só num caso para exemplificar: Fiscosoft para Reuters. Quem ignora esse fato usa de má fé. Em pesquisa ao site do MDIC, ainda no governo PT, era facilmente constatavel que o nível de produção nacional caiu em termos de valor agregado, salvo uma ou outra exceção de bens de alta tecnologia. A grande parcela ficou focada em bens primários e de baixa tecnologia. E tudo por quê? Porque se mostrou o caminho mais fácil para gerar superávits para pagamento de juros da dívida. Ignorar que há muito tempo as empresas genuinamente nacionais estão sendo vendidas é má fé, é ignorar os erros inclusive do PT.

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