Juventude e classe média falaram na rua. Bolsonaro é “overdose”

Não tenho dúvidas de que qualquer candidato da direita “civilizada” teria grande chances de vencer estas eleições.

Só que a histeria despejada sobre a classe média, desde antes da eleição de 2014 produziu, para esta mesma direita um ícone aterrador.

Jair Bolsonaro.

O personagem é fascinantemente aterrador.

Inorgânico,cercado de filhos valentões,de um general boquirroto e de um economista voraz.

De pastores protestantes mais do que questionáveis, violentos e ambiciosos.

Homofóbicos, negrofóbicos, “bombados” prontos a resolver com “tiro, porrada e bomba” os impasses da sociedade.

Over, over, overdose.

As ruas mostraram isso hoje.

Não há um, nem dois, nem três partidos políticos ou candidatos capazes de arrastar tamanhas multidões às ruas.

Não foram eles, portanto, que levaram centenas de milhares, talvez milhões, de pessoas às ruas.

Muito menos ainda pessoas jovens, em maioria, como concordará qualquer um que tenha ido às ruas hoje, tão diferentes da minha geração de ex-jovens, cansada e contemplativa, aos 60 ou perto deles.

Fernando Haddad não é o candidato deles, mas passou a ser o estuário, a ferramenta, a arma contra Bolsonaro.

Está a caminho de ser o primeiro colocado,  pela soma do lulismo com o antifascismo, no primeiro turno das eleições.

E a ter uma vitória incontestável, apesar das ameaças de Bolsonaro, no segundo turno,dando ao governo eleito a legitimidade que precisará para tirar o Brasil do caos.

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