Vamos alcançando as profundezas da humilhação para as Forças Armadas brasileiras.
Um ex-comandante do Exército brasileiro ter de ir ao Twitter bater boca com um charlatão notório como Olavo de Carvalho, como fez o general Eduardo Villas Bôas, agora há pouco, para defender o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Santos Cruz, chamado pelo guru dos Bolsonaro de “bostinha engomado”, que “não é homem” de debater com ele.
Ele escreveu no Twitter:
“Mais uma vez o Sr. Olavo de Carvalho a partir de seu vazio existencial derrama seus ataques aos militares e as FAA demonstrando total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia. Verdadeiro trotski de direita, não compreende que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para a elaboração de uma base de pensamento que promova soluções concretas para os problemas Brasileiros. Por outro lado, age no sentido de acentuar as divergências nacionais no momento em que a sociedade Brasileira necessita recuperar a coesão e estruturar um projeto para o país. A escolha dos militares como alvo é compreensível por sua impotência diante da solidez dessas instituições e a incapacidade de compreender os valores e os princípios que as sustentam.”
Está na cara que Villas Bôas está fazendo o que o Presidente da República não quis fazer, referendando, indiretamente, a “treta” montada por Danilo Gentili (meu Deus, aonde chegamos!) para fazer crer que o general defendia a censura às redes sociais.
A sinalização é dupla: Villas Boas está falando em nome de seu agora chefe, Augusto Heleno, e mostrando que mexer com Santos Cruz é mexer com todo o generalato palaciano.
É, também, um desagravo a Santos Cruz, na esperança de que ele não tome uma decisão isolada e mande às favas o cargo, o presidente e o próprio Olavo, nesta ordem.
Se Augusto Heleno, ao articular esta ação de Villas Bôas está confiando que o o antigo posto e o precário estado de saúde em que se encontra o ex-comandante – vai refrear reações mais duras e grosseiras dos olavistas, acho que está enganado.
É inacreditável que Villas, Mourão e outros generais tenham armado um esquema que levaria ao poder a seita que está esfregando seus nomes na lama, descendo ao nível de briga de rua.
Não é possível que não vejam que estão sendo humilhados diante de seus próprios oficiais e soldados.