Moro e bolsonarismo perdem, mas Maia também sai fraco

Foi mais apertada do que se previa a derrota da pretensão de Sérgio Moro de manter sob seu comando o Conselho de Controle das Atividades Financeiras e fazer dele a sua “polícia do dinheiro”.

18 votos de diferença foram muito pouco, mas é preciso ver que, além daqueles que se sentiram intimidados em votar contra Moro e “ganhar” uma investigação sobre si, houve uma inexplicável vacilação de partidos de oposição, sem a qual a diferença teria sido acima de 60 votos.

Era o que aconteceria se  oito dos 27 votos do PDT e os 17 votos, em 30, do PSB, não tivessem sido favoráveis a que o Coaf permanecesse com Moro. Além deles, três abstenções entre nove parlamentares do Psol também reduziram o placar

Ainda produz resultados a mistificação de anos da mídia de que estar contra Moro seria defender a corrupção e não, como está evidente, ficar ao lado de Moro ser, na prática, um aoto de apoio a Bolsonaro.

Mas é o número que têm, revelando também que, se não se aliar a oposição, o poder de Rodrigo Maia. passa a correr risco. Não levou 9 dos 20 votos de seu DEM. Rodrigo Maia precisa entender que metade de seu apoio vem da oposição e metade do centrão e, assim como não pode se desalinhar totalmente dele, como no caso da recriação de ministérios, também não pode fazer isso com a esquerda, forçando a votação da reforma da Previdência a toque de caixa.

É possivel que se fuja do enfrentamento, hoje, na continuidade da votação da MP 870, na questão da Receita Federal, que surgiu no projeto misteriosamente pelas mãos do líder do Governo, Fernando Bezerra, sem fazer parte do projeto original.

Os atos  pró-bolsonaro de domingo saem mais fortes, pela pequena diferença anti-Moro e anti-bolsonaro alcançada.

Paradoxalmente, porém, isso pode não ser uma vitória para Jair Bolsonaro. Afinal, ele perde se as manifestações murcharem e, se inflarem um pouco, a ponto de fugirem do vexame, perde também, porque acirra o clima de conflito que produziu, mesmo sem ter – como se viu ontem, na votação – uma oposição sólida.

Ainda falta muita rua até que ela possa influir neste Congresso conservador e de baixa qualidade.

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6 respostas

  1. O “marreco de maringá” voltou a ser o que sempre foi: uma insignificante e patética criatura. Sem os holofotes da mídia todos percebem a sua pequenez moral……e intelectual. E era “herói nacional” há pouco tempo atras. O Brasil precisa, e muito, ainda se qualificar intelectualmente e politicamente para tentar se transformar num país sério…..

  2. Se o Coaf fosse uma instituição neutra com acesso as informações que tem sobre todos que temos conta em Banco , declarações de Impostos , etc , mesmo assim corria se o risco de uso indevido . Agora o que impede neste governo a troca de figurinhas ou aquele ” chumbo trocado não doí ” da política entyre Guedes e Moro ? . Em torno de 60% dos deputados se não for mais estão metidos em algum rolo , uma conversa entre Moro e Guedes vai ser necessário , eles tem seus projetos para serem aprovados Transferir servidor de um orgão para outro é moleza , até em cargo de confiança .

  3. É assim que age a esquerda. Grande parte é hipócrita, medíocre e, pior de tudo, covarde. Abster-se nessa hora (o PDT não conta), como fizeram o Psol e o PSB, demonstra cabalmente que esses partidos têm muito que aprender sobre o que significa ser, verdadeiramente, representantes da parcela mais humilde da população. Uma derrota de Moro/Bolsonaro significa muito para o Brasil, nesses momentos sombrios e sem luz no fim do túnel.

  4. Moro, com outras palavras, disse ao confrontar a derrota: “Bobagem. O importante é que o governo continua, e sendo assim, de uma maneira ou de outra este órgão estará em minhas mãos”. Será?

  5. “Oposicionistas” votando com o marreco de Maringá não surpreendem pois informações de amigos filiados ao PSB dizem que se Bolsolixo for derrubado os pessebistas apoiarão alegremente o general Mourão. O PDT então irá correndo para os braços do vice, prazerosamente.

    #LulaLivre

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