A imprensa econômica brasileira parece gostar de ser vítima do autoengano, com a sua crença, que vem desde o impeachment, de que a retomada da economia virá, amanhã ou depois, desde que o Estado brasileiro mantenha a política de arrocho que, desde então – e até antes – vem praticando.
Cada pequeno sinal de melhora – ou até de “não piora”, os de estagnação – vem sendo interpretado sempre como a véspera do crescimento.
Não é.
Hoje, saiu o dado da balança comercial brasileira. Um desastre, não apenas pelo saldo – o pior resultado para o mês desde 2014, US$ 2,29 bilhões – mas pelo volume decrescente tanto de importações quanto de importações, o que denota uma fraqueza da economia.
O alerta tinha sido dado mais cedo, com o IBGE registrando queda de nossa produção industrial, o que vem na contramão das expectativas de aceleração da atividade econômica.
Mas piorou muito durante o dia, porque a decisão de Donald Trump de criar sobretaxas para mais US$ 300 bilhões em importações chinesas – além dos US$ 250 bilhões que havia taxado antes – reduzirá o crescimento da China, que responde pelo dobro das compras do Brasil, comparada aos Estados Unidos.
A mistura insana de ideologia com negócios ameaça derrubar definitivamente as nossas perspectivas de recuperação. Temos crise em todos os setores comerciais, inclusive com os vizinhos argentinos, que são mercado certo e tradicional.
Nossa prioridade, como disse aqui ontem, é um acordo comercial com os EUA do qual não se sabe nada, além de que faremos nele tuo o que o mestre mandar.
A economia brasileira, como tudo aquilo que tem grandes dimensões, segura-se pela lei da inércia: tende a continuar em movimento, quando não são aplicadas forças imensas sobre ela, assim como tende a continuar parada se a ela não se derem formidáveis impulsos.
Que, certamente, não virao dos R$ 500 do FGTS dos trabalhadores que, ao que parece, o governo mandou depositar automaticamente nas contas bancárias, para facilitar que os bancos chupem logo, direto, este dinheiro.
18 respostas
O acordo com Trump é o fim da picada. A bandeira do presidente americano é fazer os Estados Unidos grande e forte novamente. E a economia por lá está bem há muito tempo, desde Obama. Então o que acontecerá com o anão perto do monstro?
Como um gatinho, pode servir de pet ou churrasquinho.
Pelo que vi no G1 o dinheiro será depositado automaticamente nas contas da Caixa (não falou sobre outros bancos), logo a Caixa que deve ter muitos inadimplentes? Daí o dinheiro vai ser engolido automaticamente pela Caixa? Caramba…
Deixa mais atraente para ser privatizada.
Brito, mudando de assunto, seria legal os blogs divulgarem o livro sobre o ruralista FHC, a grande imprensa não vai incomodar o príncipe, certo?
O jornalista Alceu Luís Castilho é autor de “Partido da Terra – como os políticos conquistam o território brasileiro” e fundador do site De Olho nos Ruralistas. No seu novo livro, “O Protegido – Por que o país ignora as terras de FHC” ele conta a “aventura agrária” de FHC – sempre junto com o Jovelino, claro. https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/sem-escrutinio-da-midia-e-agora-amigo-de-moro-fhc-foi-de-sociologo-a-fazendeiro-prospero-conta-livro.html?fbclid=IwAR3_lT7_CWW3zIJNRJIkc4Hsc1-k7wIOJukLBM_s1CaPRHpM8HmqQUwon0E
Renata, faço uma campanha solitária para que se dê nome aos bois: porque não dizer “latifundiário” em vez de “ruralista”? Além de definir melhor essa corja, eles ficam p da vida
Já comprei.
O Estado não para porque há servidores que trabalham pelo princípio da impessoalidade. Graças a esses servidores, programas e ações transversais, independentemente de qual o governo de ocasião, permanecem de pé.
Paralelamente, esse governo, com seu ministro banqueiro, demoniza servidores como causa de todas as mazelas. CoLLor2. E pensar que muito servidor votou nesse arremedo de gente.
Pela lógica bolsonariana, tudo aquilo que estiver dando certo não presta.
É uma economia em que todos vão mal, mas os bancos vão muito bem………é a economia de um povo escravizado…..
America first, e ainda acha bobos como o bolsonaro e o paulo guedes.
Aliás, o paulo louco guedes parece ser do naipe do bozo. Idiotas rompantes.
Ainda hoje, podia-se ouvir o Sardenberg dizendo que temos uma boa agenda de privatizações e, com as reformas, o país tem tudo para crescer
A produção industrial caiu, as vendas do comércio idem, e também o PIB derreteu….Resumindo: estamos em recessão. E nessa 2a. feira o presidente da FIESP reclamou com o ministro do comércio dos EUA do desinteresse das empresas americanas em infraestrutura brasileira……Pois é, agora estamos dependurados no apoio dos EUA.
No que o gringo respondeu: “vocês querem falar sobre patos?”
Sugestão para o título da matéria: A Crise veio de Paraquedas.
Mas aquele soldo vergonhoso de “apenas 19 mil reais” engordado galhardamente pelo governo Salvador ” de quem” , então tudo bem como antes no quartel de ABRANTES.
Todos os economistas, liberais ou náo, sabe que o capitalismo brasileiro só funciona com o estado sendo seu grande promotor. Foi assim desde os anos 30 e não será possível mudar a estrutura econômico social construída nos últimos 90 anos com uma década de liberalismo selvagem.
Uma coisa é certa: quando superarmos o golpe, o Brasil será uma carcaça de país, ingovernável. Só uma revolução bolivariana poderá nos salvar.
Acostumados a sangrar o Estado, com Bostonauro ,nosso empresariado começa a viver novos tempos.
Em breve todos eles serão empregadinhos das multinacionais. E mandarão relatórios mensais pros patrões no estrangeiro.