Disputa no PSL vai parar na Justiça

O grupo de deputados do PSL ligados ao presidente Jair Bolsonaro está preparando um recurso judicial para anular a convenção de hoje, na qual Luciano Bivar reforçou o seu controle sobre o partido e prepara o afastamento dos filhos do capitão do controle das suas seções paulista e fluminense.

O argumento é que não houve a convocação pessoal dos convencionais, prevista no parágrafo 5° do artigo 31 da Lei Orgânica dos Partidos Políticos.

A direção do PSL retruca que convocou pessoalmente pelo grupo de Whatsapp, que desde 2017 é aceito como meio de notificação pela própria Justiça.

Também vão alegar que não se notificou os afastados com o prazo legal de 5 dias e que eles não foram ouvidos pela comissão de ética do Partido.

Este segundo argumento, porém, não cobre o fato de Bivar ter ampliado significativamente sua maioria do diretório, valendo apenas sobre as penas provisórias de suspensão.

A briga promete…

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4 respostas

  1. Vamos torcer que todos esse capitão e delegados vá armados a essa convenção. A briga só vai ser boa assim.

  2. Eu só espero (em vão) que essa briga não faça fumaça demais para encobrir o resto da rapinagem e pilantragem que o desgoverno faz com nossas riquezas e soberania. Alcântara, Petrobrás, Previdência, tudo esquartejado e pronto para ser incinerado.

  3. O grande problema do que hoje é chamado de extrema direita no Brasil é a falta de unidade de ideias, interesses e condutas. Ela é tamanha, que se poderia até questionar que se trate realmente de uma extrema-direita política. Certamente não o é, no sentido clássico. Depois de 2010, acreditávamos que na esteira do radicalismo usado pelo Serra na corrida eleitoral, assistiríamos ao nascimento de um importante (em termos) partido político de extrema direita, e que ele teria um desempenho radical, porém internamente disciplinado. Este partido não veio a existir, e a chamada extrema direita parece ser hoje a convergência de uma fauna muito variada, velhos reacionários que viram de repente nascer a oportunidade de fazer de seu ódio um meio de vida, oportunistas que se metamorfoseiam de radicais atraídos pelo cheiro do poder, inocentes úteis levados circunstancialmente pela onda, e mais todo tipo de maluco ousado que resolve de repente entrar na política para fazer um auê, animados pela grande oportunidade que a aliança oligárquica lhes ofereceu para que as forças populares fossem derrubadas,.

    Não tinham noção do método partidário, não sabiam o que é um verdadeiro partido, nem possuíam uma unidade de pensamento político. Até há pouco, o antipetismo era a única coisa que os unia. Quis entretanto o destino que eles ingressassem em um partido real, mesmo sendo pequeno e sem prestígio. E muitos deles entenderam então que deveriam se comportar como pessoas políticas de partido, e assim procuraram fazer. Eleitos, o exercício do mandato se encarregou de transformá-los em seres de partido. Já outros, entenderam que estavam naquele partido e naquele mandato por puro capricho da sorte e renegaram que possam vir a ser gente de partido: Seu destino político está unicamente ligado à cega obediência a seu bizarro líder. Quanto aos primeiros, a prática política os fez escapar do ridículo de se obrigarem a professar a religião oficial do terraplanismo escatológico. Lutando para intensificarem seu desenvolvimento político, poderão evoluir para uma direita mais civilizada, ou mesmo para uma centro-direita. Os outros poderão fundar um legítimo partido terraplanista e antidemocrático de extrema direita, ou se dispersarão ao sabor das consequências do personalismo desenfreado de seu líder. Usamos terraplanismo aí para nomear um contumaz comportamento anticientífico.

    O candidato escolhido pelos interesses da aliança Washington-Casa Grande para disputar uma eleição de cartas marcadas e assumir uma presidência que na verdade foi roubada do Partido dos Trabalhadores, não tinha um partido de fé. Vinha de longa tradição personalista, a trocar com frequência de partidos, alojando-se sempre em agremiações pequenas e ideologicamente fracas. Para a campanha na “eleição” que disputou, sobre a qual ele mesmo já sabia com grande antecedência que ia ganhar de uma maneira ou de outra, escolheu filiar-se em pequeno partido do tipo que alguns chamam de aluguel, partido esse que, depois de escolhido, atraiu para si toda aquela fauna que se convencionou chamar de extrema direita.

    Esse partido, claro, viu aí uma oportunidade de ouro para crescer, oportunidade essa que agora ameaça se esvair, porque a atuação de seu ilustre hóspede é essencialmente personalista, e não pode ser contida em nenhuma disciplina partidária, mesmo que seja mínima. Seguindo sua sina, ele agora quer dar o fora e levar consigo aqueles que como ele também não toleram os freios civilizados da atividade partidária. Além disso, ele e seu clã parecem ter ligação direta e exclusiva com fontes de comando político supra-partidárias, e até supra-nacionais, as quais não saberiam acomodar ou conciliar com orientações partidárias.

    O país tem muita sorte por não ter ganho neste processo um autêntico partido de extrema-direita, mas por outro lado tal partido, por sua natureza nacionalista, seria incompatível com a tarefa antinacional a ser desempenhada. O “Escolhido” não tem paciência nem intenção, e mesmo as se tivesse não teria talento político suficiente para permanecer e transformar aquele pequeno partido que o hospedou em um novo e ameaçador grande Partido Nazista Antinacionalista. Temos sorte de que ainda não tenha havido condições de formação de um sólido partido de extrema direita no Brasil, e talvez tais condições nunca venham a existir.

    A massa de radicais que aí está é muito mais apenas o fruto de uma campanha gigantesca para demonização de um – este sim – grande partido político popular, partido esse que a Aliança Anti-brasileira queria e quer afastar o mais possível do poder. Só o que une os tais radicais parece ser o ódio difuso que a mídia e outros meios conseguiram enfiar em suas almas. São ligados apenas pelo ódio ao PT e ao Lula, e isso é muito fraco para servir de cimento. Esse ódio não pode ser e não é permanente.

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