Óleo: o reforço da Marinha para “o pior por vir” ou o “não se sabe”

O presidente disse que tinha um “anúncio de que o pior está por vir”. O ministro da Defesa disse que é “impossível saber” quanto óleo há no mar.

Como nossas autoridades estão perdidas ou, pior, são insinceras, resta olhar o que está sendo feito para tentar entender quais são os riscos que nossas praias e a população costeira estão sujeitas.

A Marinha enviou seus dois maiores navios para o Nordeste, o porta-helicópteros Atlântico e navio doca Bahia, além de mais 600 fuzileiros navais, uma fragata e outra embarcação não identificada ainda.

O uso de um porta helicóptero – que você vê ai em cima quando ainda era o inglês HMS Ocean -, com capacidade de servir de base flutuante para até 17 aeronaves, sugere que se ordenou uma ampliação das buscas por sinais de óleo ainda distante da costa, aumentando o alcance e reduzindo o tempo de deslocamento em vôo para áreas mais distantes do litoral, de onde operam os aparelhos usados neste momento.

O Bahia, comprado à França, tem vários propósitos, desde o transporte de tropas até a docagem de veículos anfíbios. Mas o que provoca sobressaltos é que ele é também um navio-hospital, capacitado para atuar em situações de calamidade pública, segundo a própria Marinha. Vai ficar atracado no porto de Suape, isto é, não vai ser empregado em missões de busca.

Cresce a impressão de que, se nos primeiros dias do desastre não se sabia de nada, agora sabe-se e não se diz.

E que tudo demorou, inexplicavelmente.