Os ‘autoproclamados’

O governo boliviano, ao estilo Sergio Moro, liberou as Forças Armadas para usarem armamento letal contra manifestantes, numa providencial “anistia” ao assassinato de pelo menos nove cidadãos ontem, no estado de Cochabamba, velados nas mesmas ruas onde foram abatidos

O Decreto Supremo 4078, editado anteontem, diz que os militares ficam isentos “de responsabilidade criminal quando, no desempenho de suas funções, agir em legítima defesa ou estado de necessidade, observados os princípios da legalidade. , necessidade absoluta e proporcionalidade”. Algo que o novo ministro da Defesa do país disse que é para abrir “caminho para o diálogo, a paz e a fé em Deus”

A autoproclamada presidente do país enfrenta bloqueios nos acessos a La Paz e manifestações que surgem por toda a parte, sem convocação e com multidões,

Acima, no continente, a manifestação “gigante” de outro autoproclamado presidente, Juan Guaidó, na Venezuela, não foi além de 5 mil pessoas, segundo avalia despacho da France Press, muito menos do que as se reuniram do lado governista.

Que murchou para quase nada quando anunciaram uma marcha até a embaixada da Bolívia, em solidariedade ao golpe no país andino.

No convulsionado Chile, a calma não vai voltar com a promessa de um plebiscito a realizar-se em cinco meses, para que os chilenos digam se querem uma Constituição diferente da legada por Augusto Pinochet e já com um “gatilho” que permita aos atuais parlamentares que elaborem algo diferente para significar o mesmo.

São, como observa Janio de Freitas na Folha, os reflexos em nosso continente de uma era em que a afirmação democrática que marcou-nos na primeira década do século e pouco mais, fosse sucedida por esta onda selvagem de uma classe média – e agora maior pelas políticas desenvolvimentistas que os regimes democrático lograram aplicar – que não se conforma senão com uma sociedade de castas, na qual por direito divino, dinheiro é nobreza.

E como em eleições livres, diretas e abertas a todos já não confia que irá vencer, autoproclama-se governo, com o amparo da polícia, dos fundamentalistas religiosos e do Forças Armadas ainda aferradas à memória do tempo em que podiam tudo.

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6 respostas

  1. Isso talvez serene com a derrota humilhante de Trump. Teremos q esperar quase 1 ano pelas urnas e mais 2 meses para a posse porem tenho convicçao de ver todos esses assassinos na ponta da corda
    Menos a autoproclamada. Essa deve ser currada ate a morte

  2. Podiam tudo não, ainda podem, pois estão a serviço dos poderosos para sufocar aqueles que ousam contestar.

  3. Para que servem as forças armadas dos países latino americanos ? chego a conclusão que que só servem para ser lacaios dos interesses da elite que se prostra de quatro aos interesses dos Estados Unidos da América. Quando um exército se propõe a abater seu próprio povo, ele perde a sua função de guardião da pátria, é uma força inútil, pois a pátria sem povo, é um mero pedaço de terra.

  4. Guidó é um fiasco retumbante. Salve! Salve!. Mas fiasco pior é a disposição dos países que reconheceram o autoproclamado. Realmente um fiasco autoproclamado. Na Bolívia muitos serão os cadáveres. Não haverá rendição da maioria indígena e a lei autoproclamada é inspirada no pacote do marreco.

  5. Guaidó saudou a marionete colocada no poder na Bolívia pelos ladrões de lítio, afirmando que ela significava a retomada do poder das mãos dos “usurpadores” e a volta da “democracia”. Se o poder estava com os representantes dos índios, e os índios são o povo, então ele acha que o povo é usurpador. Eleição democrática para ele não vale nada. Não apenas ele acha isso, mas todos os ladrões de lítio também acham, sejam bolivianos ou estrangeiros. O poder, acha ele, pertence à elite rapinante por decisão divina, e ele ousa chamar isto de “democracia”. Este conceito não é diferente do que pensava a mídia dos empresários brasileiros, quando tentou demonizar os partidos que representam o povo, para proteger ladrões do tucanato elitista sempre dispostos a entregar aos piratas os nossos lítios que pertencem ao povo brasileiro. Aqui, os ladrões do tucanato foram protegidos por uma interventoria de justiça, e há prova provada disso, porque são a cara da elite, e a única parte da elite marcada para a punição dos interventores lavajatistas era aquela que contribuiu para o sucesso dos governos populares. Mas não adianta, eles todos, os verdadeiros usurpadores daqui e de lá dos Andes, estão perto do fim.

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