56 anos depois, militares teimam em ser soldados rasos

Deveriam ser nossos heróis, gente em quem todos confiam para proteger nosso país e nosso povo.

Infelizmente, degradaram-se de tal modo que em pouco se diferenciam das matilhas ensandecidas que desfilam pelas ruas semidesertas.

Há 56 anos, puseram no poder, pelas armas, um marechal, Castello Branco. Veterano de guerra, homem de Estado Maior, era ridicularizado pela estatura física, pela “falta de pescoço” e por impor uma ditadura que, brutal por definição, foi se brutalizando rapidamente. Não era, porém, um burro rematado, embora tenha aberto a porteira para um, Costa e Silva.

Mais de meio século após, pelo voto e por seu aval, puseram no poder um capitãozinho desquilibrado, que fazia planos terroristas para aumentar soldo, metido com o pior da bandidagem parapolicial, um imbecil vaidoso de sua imbecilidade e que, diante de uma emergência sanitária mundial, porta-se como um valentão de botequim irresponsável e bravateiro.

Os militares brasileiros – que vergonha – agora dão suporte não aos que matam a democracia e perseguem líderes políticos, mas apoia quem expõe ao genocídio viral de sabe Deus quantos milhares de brasileiros.

Não vemos suas colunas se mobilizando pela vida, mas vemos seus oficiais se prestando ao papel de legitimadores de políticas suicidas de omissão e seu “intelectual”, o General Villas-Boas, ser usado – palavras de um amigo – como um Golbery tosco e decrépito.

Perderam a janela de oportunidade de serem uma força cada vez mais profissional e equipada pela viabilização de obterem vantagens salariais e uma leva de “boquinhas” pós-reforma para seus oficiais generais.

Trocaram o respeito por pequenos poderes, ainda que à custa de se humilharem à psicopatia do capitão.

Se querem lembrar de 1964, façam-no para comparar em quanto se rebaixaram desde então.

Ainda têm uma chance – e o tempo se esgota – para portarem-se como os homens que deveriam ser, os defensores do povo brasileiro.

Naqueles tempos, chamavam-nos de “gorilas”.

Não se rebatizem como miquinhos, os “micos do capitão”.

 

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35 respostas

  1. As grandes crises servem apenas para revelar a estatura ou valor de fato de cada ser humano, mesmo dos que conservaram apenas e a muita distância tão só os aspectos físicos daquele.
    Faz algum tempo que venho dizendo que nós estamos sós e só podemos contar com aqueles que ainda mantém um mínimo de razão e sanidade, aliás não peço mais do que isso para sobreviver nessa nova e imutável nova idade média situada no presente. Já tínhamos a intolerância, o fanatismo, a violência, o árbitro, só nos faltava a peste. Pois bem, esta acaba de dar o ar da sua (des)graça.

  2. Militares Brasileiros são inimigos da liberdade e da igualdade além de assassinos por natureza.
    Basta saber como é seu treinamento. Julgam-se a elite do populacho quando na verdade nenhum benefício trás ao País e ao POVO. Ca no brasil são verdugos da democracia,basta ver a história.

  3. “56 anos depois, militares teimam em ser delinquentes” parece ser um título mais correto, pois soldados rasos são gente humilde, embora, muito deles, brutalizados em grande parte pelos comandos de generais delinquentes e outros oficiais e superiores delinquentes, alguns deles tão bandidos genocidas como a Peste Humana que assentaram no poder.

    Generais, de farda ou pijama, que idolatram torturadores criminosos contra a espécie humana como Ustra – e, agora, Bolsonaro – são, pelo menos potencialmente, torturadores criminosos contra a humanidade, e dadas as condições que perseguem com afinco – uma nova ditadura -, tornar-se-ão de fato novos Ustras. Isto se não já o forem, os contemporâneos do assassino, e apenas estejam cobertos e livres hoje pela ocultação de seus próprios crimes.

    Como classificar, por exemplo, estes desgraçados que estão aí, à vista de todos: Villas-Boas, Mourão, Heleno e, agora, o senhor Fernando Azevedo e Silva, com sua criminosa ordem do dia?

  4. Pessoas com o mínimo esclarecimento já não vem os milicos como heróis ou protetores da “pátria” há muito tempo. A guerra das Malvina mostrou que na hora de defender a pátria pra valer eles não tem capacidade. Resta às forças armadas latino americanas a triste tarefa de oprimir seus próprios povos em defesa dos interesses de uma “elite” desqualificada e submissa a interesses estrangeiros ou privados. Exceção apenas é o exército venezuelano, mas ali houve quem entendesse que era necessário remodelar e politizar corretamente os soldados para que eles realmente servissem à pátria e ao povo.

    1. Não esqueça os argentinos e Nestór Kirchner,quando falou para eles “não temo,nem lhes temo”.
      Eles alteraram os treinamentos dessa turma ,hoje tem militares formados com respeito pela autoridade do povo.
      E principalmente,—O POVO DE LÁ— NÃO TEM MEDO DELES.

  5. “De onde menos se espera é que não vem nada mesmo”

    Os militares são apenas uma casta de parasitas e paus-mandados de interesses espúrios. Não estão nem aí com seu povo e com o Brasil. Patriotismo só da boca para fora.

    Um dia nossa bandeira há que ser vermelha!!! Sem isto não haverá solução.

  6. Bozo sempre foi Bozo, não precisava de nenhum serviço de inteligência para saber quem era o meliante. Não tem desculpa.

    PS: as publicações do Clube Militar deram espaço para Olavo de Carvalho em meados dos anos 2000.

  7. Bolsonaro não é causa mas efeito desses traidores caçadores de comunistas a mando da CIA. ANISTIA NUNCA MAIS.

  8. Visão deturpada de valores , ” ninguém é herói de ninguém ” , muito menos os militares que hoje estão aí , na ativa e na reserva . algozes do passado , apoiadores de psicopata no presenta . Quem sabe o futuro que nos reserva com essa turma ?.
    Devem está esperando as maletas de dolares de “Tio Sam” que não virão , mas estão satisfeitos com os aumentos dados pelo capitão .
    Como nas republiquetas de banana , só falta dentro da hierarquia , e deve ser objeto de desejo de bolsonaro m ser elevado de capitão a General com todas as esteelas , eles se merecem . Heróis regiamente pagos .

  9. Perfeito seu texto, Fernando! Expressou exatamente o que há tempos venho pensando sobre os militares brasileiros.
    Parabéns!!!

  10. “Heróis” uma pinóia! Não existe mais militares nacionalistas. Aquela galera, que lutou pelo petróleo, que lutou pela Legalidade de 1961, não existe mais. Agora, só sobrou a ala bunda mole, mercenária, mau caráter, covarde. Augusto Heleno, Villas Boas, são uns velhacos que se escondem atrás de um suposto patriotismo. Se julgam deuses, acima do bem e do mal. Não se importam com o país que dizem amar, só ligam para o quanto vai cair no bolso. Só lembrar do Amaury Kruel, que se vendeu em 64 por uma mixaria. Tem que parar de buscar por militares que sejam decentes. Não existem. As forças armadas só servem pra gerar despesas.

  11. A Casa-grande escolhe bem seus generais. Não é à toa, mais de 100 anos depois, existir mais um general Floriano Peixoto. A oficialidade é quase hereditária pela reserva não existente nos editais de concurso, mas existe na tradição de poder.
    Os tradicionais são todos programados para chegarem ao topo da carreira com a contrapartida de atuarem contra o povo e interesses nacionais quando forem convocados pela Casa-grande. Os nacionalistas são pintados de traidores ou corruptos (ver Vice-almirante Othon), ou seja, a mais completa inversão de valor.

  12. O Brasil foi o único país da chamada “Operação Condor” que não julgou e prendeu os militares responsáveis por desrespeito aos direitos humanos. Pagamos o preço dessa omissão covarde até hoje.

  13. Não sei com qual objetivo, mas confusões estão sendo feitas.
    No lugar de forças armadas deveria ser dito exército. E no de militares, generais.
    Existem abismos de diferenças entre os diversos atores.
    Infelizmente, a tendência dominante no exército é de justificar a sua utilidade com base na repressão do próprio povo. Já a marinha e a aeronáutica aprenderam com as lições da História e buscaram se reposicionar como garantidoras da soberania da nação.
    Em especial destaca-se o papel da FAB. Notem que os brigadeiros, da ativa e da reserva, têm se mantido bem longe do governo.
    É preciso ter isso tudo muito claro quando retornarmos ao estado democrático de direito, para sabermos quem deve ter o seu poder reduzido e quem deve ter o seu papel ampliado.

  14. Não se pode esperar decência e humanidade dessa casca autoritária.
    Volto a repetir aqui. O Brasil colhe o que planta. Nossa postura sempre covarde diante dessas baratas resistentes. Não assimilamos nossa escravidão, não admitimos o genocídio indígena, não julgamos nem punimos os militares em seus crimes contra a Humanidade. Não julgamos nem punimos os parlamentares envolvidos até o último fio de cabelo nesses crimes. Não julgamos nem punimos os juízes que validaram as ações criminosas da ditadura.
    O que fazemos quando um policial ou militar comete um crime. Nós os expulsamos da corporação e o devolvemos à vida civil. Com um parlamentar corrupto, não o elegemos na próxima legislatura para absolvê-lo nas eleições seguintes. Aposentamos juízes com salário integral como punição por crimes cometidos. Aceitamos tudo isso.
    Enfim, esperamos do país e seu povo algo que ele não é e que não tem para dar.

  15. Bozo sempre foi Bozo, não precisava de nenhum serviço de inteligência para saber quem era o meliante. Não tem desculpa.

    PS: as publicações do Clube Militar deram espaço para Olavo de Carvalho em meados dos anos 2000.

  16. Com o apoio (tímido ou escancarado) que boa parte da classe empresarial ainda dispensa, ao Capitão Corona, além do apego das Forças Armadas aos cargos e funções políticas que lhes dão um pretenso poder, não podemos esperar que as podres “instituições” façam alguma coisa, para interromper sua saga genocida.

    Afinal, o que importa é que ele está garantindo, em maior ou menor escala, o atendimento aos interesses mais mesquinhos de cada um.

  17. Tenho sido neste blog um persistente crítico da cultura militar ,estupradora do indivíduo,da inteligência e do questionamento ,somando ,…a negação da evolução.
    Mas, em se tratando das ffaa brasileiras ,esse sentimento ,e com certeza maior ,muito maior,porque somos vítimas diretas .;
    Foram ao longo da história os carcereiros de qualquer iniciativa de fazer deste país,uma —NAÇÃO—-,o que ele tem TODO O POTENCIAL para ser, e merece ser.
    SERVIRAM CANINAMENTE AOS INTERESSES DOS QUE BUSCAVAM USUFRUIR DO NOSSO ESFORÇO ,DE NOSSAS RIQUEZAS,E QUE SUFOCARAM COM SANGUE ( O NOSSO) O DESEJO DE SERMOS —GRANDES—–,.
    ESSE DESEJO QUE NO NOSSO CASO ,É —ABSOLUTAMENTE INJUSTO-,NÃO SER CUMPRIDO,(TEMOS TUDO PARA SE-LO).
    MALDITOS !!!!!!,REPITO,MALDITOS SEJAM !!!!!!OS INTEGRANTES DESSE EXÉRCITO DE OCUPAÇÃO QUE NUNCA PERMITIÚ QUE SEJAMOS UMA——NAÇÃO—.
    Se um día vierem me buscar sejam homens ,venha só um.( duvido ,eu os conheço)

  18. O exército brasileiro teve por muito tempo uma forte extração s camadas médias urbanas (estas principalmente entre o oficialato) e mesmo das camadas populares (estas principalmente entre os praças e patentes mais baixas) Tivemos no exército brasileiro grandes intelectuais (Nelson Werneck Sodré, por exemplo), grandes humanistas (Cândido Rondon, por exemplo), grandes líderes políticos (Luiz Carlos Prestes, por exemplo) e grandes nacionalistas (Henrique Teixeira Lott, por exemplo). Hoje, boa parte do generalato é composta de homens rasteiros e rastejantes.
    Há 2 momentos desta inflexão. O primeiro foi a segunda guerra, em que muitos oficiais foram cooptados para o projeto imperialista e treinados em Fort Bragg para serem os verdugos da dominação imperialista no País – a expressão mais abjeta destes foi o general Juracy Magalhães, aquele, do “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Foram estes que desde 1954 tentaram o golpe, por fim consumado em 1964, que estabeleceu a ditadura assassina que durou 21 anos. Mas ainda neste período remanesceram lideranças que mesmo discordando em quase tudo, tem-se que reconhecer sua estatura militar e patriótica, como Geisel.
    O segundo momento de inflexão ocorreu na redemocratização, a partir da anistia e da derrota do golpe de Sylvio Frota e Newton Cruz. Com a não punição dos crimes, restaram impunes um número expressivo de oficiais medíocres que tinham atolados suas mãos na tortura e na perseguição aos opositores. Os derrotados por Geisel pertenciam a várias facções (eram 7-8 organizações clandestinas e semi clandestinas de extrema direita dentro do exército) e rearranjaram-se passando a proteger-se mutuamente e a favorecerem-se nas promoções, levando ao generalato um bando de medíocres que num exército verdadeiramente profissional nunca chegariam a tal (exemplo evidente: Augusto Heleno). Com a missão no Haiti, estes generais estreitaram ainda mais os laços com os serviços de espionagem/intervenção americanos. Aproveitaram o prestigio entre a tropa adquirido com a missão no Haiti, para assaltar de vez o comando de exército. Resultando no que temos, uma força completamente vassala de potência extrangeira.
    Ouve uma ruptura sem conserto na estrutura do estado brasileiro. As coisas não serão mais o que eram antes, independente de quem prevaleça. E este cabo de guerra para estabelecer uma nova hegemonia tem um novo componente com a crise sanitária, ademais das crises política, institucional e econômica. Seu desfecho tomará tempo.
    Com respeito às forças armadas, estas colapsaram em suas funções principais. Estão comandadas por um bando de despreparados e sem noção/compromisso com seu papel de defesa dos interesses nacionais, de defender a soberania nacional, o desenvolvimento autônomo, a democracia, a constituição e o bem estar do povo brasileiro.
    Muitos militares acreditam (até penso que a maioria sem qualquer desonestidade) que a defesa da soberania nacional seja a defesa da integridade territorial. Não importa se temos um governo de ocupação, desde que o mapa não seja alterado e os postos de controle fronteiriços sejam formalmente controlados por cidadãos brasileiros. Se vêem como guardas de fronteira.
    Pelo dito acima, é óbvio que o Brasil precisa criar um sistema de defesa completamente novo. Com um corpo de defesa estratégica bem equipado e bem treinado, com forças de terra, ar e mar, na mesma estrutura. Especialmente forte na defesa aérea, comandos especiais, submarinos nucleares, defesa cibernética e engenharia militar.
    Os atuais contingentes, na maioria, fariam aquilo que pensam hoje ser sua vocação, formando uma gendarmeria de fronteiras (sem autonomia, pois o risco de envolverem-se com o tráfico e o contrabando seria grande, como acontece com vários países). Outra parte, poderia ser aproveitada numa estrutura nacional/estadual de salvamento e resgate (que também abarcasse os atuais corpos de bombeiros), e outros a força de segurança nacional. Parte menor poderia ser aproveitada no corpo de defesa estratégica, principalmente dentre aqueles da aeronáutica, da marinha e da engenharia do exército.
    A questão militar tem que ser tratada por toda a sociedade, como forma de resolver a questão da democracia, da independência nacional, do desenvolvimento autônomo e do bem-estar do povo. A questão militar não pode ser resolvida pelos militares, mas por toda a sociedade.

  19. Diferentemente de outros países vizinhos, o Brasil não puniu esses falsos heróis. Daí, esperar o que? A todo tempo se acham os reis da cocada. A Lei da Anistia precisa ser revista. O povo brasileiro merece!

  20. Prezado,
    não sei qual a surpresa. Cite um ato cívico de repercussão realizado pelos militares. O único parecido foi a participação dos pracinhas na 2a guerra, que só foi reconhecido com o FHC. Não é cisma com Militar, é constatação.

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