E não é genocídio, generais?

Manchete de hoje no Estadão, o relatório – datado de 25 de maio – do Comitê de Operações de Emergência do Ministério da Saúde avisando que ““sem isolamento [social], [levaremos] um tempo muito grande de 1 a 2 anos para controlarmos a situação” e que isso arruinaria a economia tanto quanto um “lockdown”.

“Sem intervenção, esgotamos UTIs, os picos [de casos e de mortes] vão aumentar descontroladamente, levando insegurança à população que vai se recolher mesmo com tudo funcionando, o que geraria um desgaste maior ou igual ao isolamento na economia”, diz o documento obtido pelo jornal.

Como todos sabem, jamais houve sequer uma palavra do general Eduardo Pazuello em favor deste isolamento, embora nesta mesma época estivesse havendo uma enorme pressão para tornar o uso da cloroquina como protocolo de tratamento do SUS.

Havia, naquela data, um total 23,5 mil mortos. Dois meses depois, 60 mil outras vidas se perderam.

Nenhum exército no mundo aceitaria sem reagir baixas fatais neste grau gigantesco. São aceitáveis estas mortes porque são civis e, em sua grande maioria, pobres?

Um dia, quando se apurarem as responsabilidades por ter chegado a este nível a desgraça da pandemia, este documento, com certeza, estará entre as provas de que houve uma omissão, explícita e deliberada, dos responsável por, ao menos, disparar os alarmes que dariam às pessoas a chance de se proteger deste bombardeio viral.

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