Como na epidemia do novo coronavírus, a continuidade dos patamares elevadíssimos de contágio e de mortes não permite que se fale em “segunda onda”, pelo fato de a primeira estar aí firme e forte, talvez seja melhor deslocar um pouco o olhar para o “otimismo flexibilizante” no qual os números da economia estão fazendo muita gente ver uma “retomada da economia.
Sim, de novo, pode crer.
E o que está levando os índices a serem “positivos dentro do negativo”. É algo que se sustenta, que tende a continuar e ampliar-se?
A resposta, infelizmente, é não.
Em primeiro lugar, disparado, o crescimento do comércio , já alcançando os níveis de fevereiro vem, de um lado, da alavancagem das vendas dos setor de supermercados e assemelhados, vestuário, calçados, artigos de uso pessoal e doméstico e o grupo móveis/eletrodomésticos.
No caso dos alimentos e vestuário, é fortíssimo o impacto do auxílio emergencial que, como mostra hoje o Datafolha, é maciçamente gasto em comida (53%) e despesas domésticas (16%). É, portanto, uma injeção, mensal, de quase R$ 50 bilhões e isso, é claro, tem hora para acabar.
Em alguns outros, há o impacto – que já se fizera sentir mais forte em maio, do represamento de compras em março e abril, em razão das restrições ao comércio.
No setor de serviços, o panorama segue desolador: os serviços de bares, restaurante e hotéis continua caindo cerca de 60% em relação ao que faturava há um ano. O transporte aéreo, no semestre, tombou 35% e, no mês a mês contra 2019, a perda continua nos 60%.
É possível que o mês de julho ainda registre alguma melhora ante os dias mais difíceis da pandemia, mas é também provável que agosto e setembro comecem a cessar os efeitos das suspensões remuneradas de contrato de trabalho e começa – salvo mudanças, o pagamento dos primeiros lotes da última parcela do auxílio emergencial.
Se na pandemia não se sabe – e todos torcemos contra – uma segunda onda, na economia já é possível sentir que ela se aproxima, e dela não há máscara que nos proteja.
Uma resposta
Houve também as suspensões de seis meses dos financiamentos da Caixa. Tudo isto VAI acabar e daqui pro fim do ano a realidade vai atropelar.
Quero ver também o Bozo sustentar a aprovação do “gado do Auxílio”, quando ele tiver que acabar.
E pra completar, quero ver como ficarão as contas do país com tantos gastos e a economia murchando.