Com 62% das urnas apuradas, o candidato do Movimiento Al Socialismo (MAS), Luís Arce, ultrapassou a barreira dos 50% dos votos válidos na eleição presidencial na Bolívia.
Como os estados onde sua vantagem é maior, La Paz e Cochabamba, onde vence, respectivamente, com 63,5% e 66% do total de votos, são os mais atrasados na apuração -e, mais ainda, nas áreas rurais, onde Arce chega a ter 90% dos votos – é provável que ele vença com um percentual de mais de 55% dos votos válidos, contra cerca de 30% de seu principal adversário, Carlos Mesa.
O resultado representa uma diferença de mais de 10 pontos em favor de Arce do que previam todas as pesquisas de intenção de voto, onde o máximo que lhe atribuíam era um percentual de 42% dos votos e uma diferença entre seis e oito pontos para Mesa, o que levaria a um segundo turno, no qual as pesquisas mostravam vitória folgada do candidato da direita boliviana.
Já o candidato da extrema-direita, Luís Fernando Camacho deve ficar pouco abaixo de 15%, o suficiente para consolidar sua liderança em Santa Cruz de la Sierra, onde tem forte apoio dos fazendeiros, entre eles muitos brasileiros plantadores de soja.
Mesa correu a apresentar-se como “líder da nova oposição”, mas terá dificuldades de firmar-se nesta posição, pelo fraco resultado eleitoral.
Ao que parece, a estratégia imediata da mídia será a de cobrar de Arce “independência” de Evo Morales, como é tradicional quando uma liderança de esquerda dá suporte decisivo a um candidato.
A velha história da raposa que elogia o canto do corvo para que ele deixe cair o queijo.