Certamente não foi de Jair Bolsonaro a ideia de postar um trecho (editado) do curta de animação “Um Conto de Momento e Inércia” onde um gigante tenta e consegue deter uma pedra que esmagaria uma pequena cidade. Mas, hostilizado pelos moradores, dá de ombros, solta a pedra e a cidade é esmagada”.
Mesmo bem simples, a metáfora é algo que Bolsonaro não compreenderia sem que lhe fosse “explicada” por um dos “meninos” de seu Gabinete do Ódio:
– Olha, presidente, o senhor, claro, é o gigante, a pedra é o comunismo e os moradores da cidade são os esquerdistas…Se eles vão votar contra o senhor, deixa eles se danarem…
O “tio”, claro, gostou da ideia e publicou a versão editada no Twitter, provavelmente sem saber que no filme original (veja abaixo) é o desastrado gigante quem faz rolar a pedra.
Mas a ideia está lá: se vocês não me agradecem, que se danem, morram todos…
Bolsonaro e os garotos não sabem que esta ideia já estava expressa desde o finzinho do século 18, num ditado que se atribui a Madame Pompadour: “D’aprés moi, le deluge“, “depois de mim, o dilúvio”, a significar que sem o monarca, não importaria o que se sucedesse ao ao país”. Teria nascido o dito depois que seu amante, Luís XV, levou o exército francês a uma derrota vergonhosa, em apenas uma hora e meia e tendo o dobro de tropas, para Frederico da Prússia, em Rossbach, na Saxônia.
Pois é assim que Bolsonaro vê o país se ele próprio não for aclamado, saudado como imperador e aplaudido após a derrota: que se danem, morram todos.
De Johnny Bravo a Jair Covarde foi um pulinho….