Não, não é o isolamento – agora, como desejava Bolsonaro, praticamente restrito a parte dos idosos – que está travando a economia brasileira.
O número de 6,1% de queda nas vendas do comércio, no mês de dezembro, divulgado pelo IBGE, é estupidamente maior que as previsões de mercado – em torno de – 0,5% – e revela com clareza os primeiros efeitos do fim do auxílio emergencial, com o empobrecimento da população.
A Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto registra que só 3,9% dos comerciantes consultados atribui à pandemia a redução de suas vendas.
Em tese, para alguns segmentos da população, o comércio está sendo o derivativo para o gasto reprimido em serviços (viagens, bares e restaurantes, hospedagem, etc) e, nem assim, consegue manter a forte expansão que registrou passados os primeiros meses da pandemia.
Os sinais de que esta redução prosseguiu em janeiro são mais que expressivos. A Getnet, administradora de cartões de crédito e debito, e o Santander fazem um “Índice de Vendas do Comércio Varejista Brasileiro” e divulgou ontem à tarde que “em janeiro o varejo restrito e ampliado sofreram queda significativa nas vendas sobre o mês anterior, de 12,6% e 10,9%, respectivamente, descontados valores sazonais”.
Os piores resultados, claro, vieram dos Estados do Norte e Nordeste, onde o impacto do fim do auxílio emergencial é, proporcionalmente, maior.