Era previsível e foi destacado aqui, no final da semana, quando se publicou o temor do diretor do Butantan, Dimas Covas, de que escasseasse o fornecimento de insumos para a produção de vacinas.
Aconteceu mais cedo do que se esperava, porém: o Ingrediente Farmacêutico Ativo das vacinas Coronavac vai atrasar.
E a razão é simples, mema que fez com que não fossem entregues os oito milhões de doses da Astrazêneca indiana encomendadas pela Fiocruz: a China, como a Índia, aceleraram seus programas de vacinação, por conta de ameaças de uma nova onda de infecções.
Você vê isso no gráfico aí em cima, com os chineses aplicando 4,5 milhões de doses por dia e os indianos 3,5 milhões.
A notícia deve provocar impacto imediato aqui, interrompendo ou retardando muito o calendário de aplicação de vacinas, porque o “saldo” de vacinas não aplicadas da Coronavac terá se ser acautelado para a aplicação da segunda dose, na medida em que já não se tem certeza da disponibilidade de novas entregas, embora haja ainda um estoque de imunizantes na fase de controle de qualidade que pode ser liberada.
A não ser que mandemos o presidente da Câmara, Arthur Lira, comandar quadrilhas empresariais que consigam comprar vacina prometendo “um qualquer” a quem se disponha a vender vacina no mercado negro, deverá haver um hiato ou ao menos uma estagnação no fornecimento de vacinas.
O “cadê a vacina, governador” que é usado pelos bolsonaristas para fazer demagogia com a reserva de imunizantes para a segunda dose vai ser a “salvação da lavoura” se houver um decréscimo na entrega de novas doses da Coronavac, que tem um prazo mais curto – 28 dias – para a aplicação do reforço vacinal.