O ‘pau pra toda obra’ Onyx Lorenzoni deu hoje, numa entrevista ao Pânico, programa preferencial do bolsonarismo, uma explicação sobre as “rigorosas” providências tomadas por Jair Bolsonaro, depois que seu amigo Luís Miranda levou ao seu conhecimento o que achava serem operações suspeitas na compra da vacina indiana Covaxim.
Nas palavras de Onyz – se há deboche, é dele – o presidente chamou Eduardo Pazuello e disse: “olha, tem capivara na coisa da vacina indiana, dá uma olhada nisso’.
Aí, Pazuello chega no ministério e chama o Coronel Élcio Franco “determina que verifique toda a circunstância do contrato com a empresa indiana. O coronel volta ao ministro e diz ‘ó, não tem nada, isso é uma fofoca’ e acaba nisso”.
Logo o coronel que tinha poder absoluto sobre todas as negociações e compra de vacinas, conforme Pazuello avisou a todos os seus auxiliares.
Uau!
Isso é uma investigação rigorosa num negócio que envolve R$ 1,6 bilhão? Nenhum papel, nenhum depoimento, nenhuma verificação e papeis reemitidos, com conteúdo diferente?
Tudo no bico, no fio do bigode, no “la garantía soy yo“?
Todo mundo tem de acreditar que, embora mantida em segredo, tudo era “uma fofoca”?
O que é isso? Não é a compra de uma grosa de canetas, são milhões de vacinas, pelo mais alto preço pago pelo país por qualquer imunizante.
Ninguém, tranquilamente, emite uma nota fiscal – o tal “invoice” – de R$ 300 milhões de pagamento antecipado a uma empresa de um paraíso fiscal como quem assina um “vale” de 50 reais!
As “explicações” de Lorenzoni em nome do presidente não valem absolutamente nada.
Até sentinela de quartel sabe que tem de lançar estas coisas no livro de ocorrência, como é que um presidente e um ministro-general acham que isso se trata “de boca”.