Paulo Guedes, antes arroz de festa no noticiário econômico, está quase desaparecido.
O homem da “retomada”, da “recuperação em V”, que dizia que a , pouco fala e, quando o faz, são tantas asneiras que nem a imprensa mercadista já lhe dá ouvidos.
A última aparição, depois de alguns dias com a Covid a servir de razão para o sumiço, ontem, foi para dizer mais uma, a de que a guerra [na Ucrânia] tornou o Brasil um foco para os investimentos estrangeiros, por ser “próximo” e “confiável”.
Ora, até as ruínas ucranianas sabem que o investimento que chega aqui vem atraído não por cadeias logísticas ou um regime político estável (só pode estar de brincadeira, o ministro), mas pela altíssima taxa de juros que pagamos como prêmio à especulação.
Pior, todos sabem que teremos de elevá-la ainda mais, apesar da fraqueza da nossa economia, porque as taxas americanas têm uma trajetória de alta já anunciada até o final do ano, enquanto o presidente do nosso BC, Roberto Campos Neto, se descabela para tentar convencer que haverá aqui “só mais um aumentozinho”, quando sabe que terá de, no mínimo, parear a alta interna pelas altas externas.
Os mercados financeiros estão deixados à mais louca instabilidade e dólar e Bolsa sobem ou descem 2-3% de um dia para o outro, quando não dentro do mesmo pregão. Isso tem alguma coisa a ver com fundamentos econômicos ou é a mais descarada especulação.
Também não há certeza alguma de que um novo choque internacional de preços vá nos levar a situações imponderável, como está acontecendo na Turquia, onde a inflação acumulada em um ano rodava na casa dos 15% em abril passado e agora explode em 70%.
Os jornais, que tratavam o equilíbrio fiscal e o tetos de gastos como cânones da economia parecem ter “chutado a santa” e acharem que o descontrole absoluto é “normal” em períodos eleitorais e que a tornozeleira do Daniel Silveira é assunto mais relevante.
E Paulo Guedes, com sua cara de imagem de lupanar, fica ali, com um ar franciscano, a fazer sua cara de “tudo vai bem, mas por favor, que isso acabe logo”.