A entrevista de Lula ao Correio Braziliense, hoje, mostra o que já se disse aqui sobre o possível impacto eleitoral reverso da chamada PEC da Compra de Votos, o qual já se comentou aqui, afirmando que pode sair pela culatra a “esperteza” de Bolsonaro.
Bolsonaro não tem como explicar porque os R$ 600 do Auxílio Brasil serão retirados no final do ano, enquanto Lula tem todas as condições de apresentar-se como aquele que dá segurança de que ele será mantido em longo prazo, porque tem esta marca em seu DNA.
E foi isso o que ele antecipou na entrevista e certamente dirá ao longo da campanha:
Eu quero manter. O PT queria que o Auxílio fosse de R$ 600 já em 2020. Bolsonaro que fez uma coisa engraçada: criou uma série de benefícios em período eleitoral que duram até dezembro. Depois disso, vale a palavra do Bolsonaro, que não vale nada, como o mundo sabe, porque todo mundo sabe que ele é um mentiroso.
Em resumo: veja-se o impacto eleitoral de uma convicção pública de que Bolsonaro vai tirar os 200 reais do auxílio depois das eleições e que só Lula irá mantê-los.
O velho ditado está aí para traduzir a sabedoria do povão: quem dá e toma fica corcunda.
O mal da esperteza é que ela pode devorar o esperto.