Moraes freia mentiras bolsonaristas. Mas elas não vão parar

A decisão do ministro Alexandre de Moraes impedindo que bolsonaristas continuem usando a morte de Celso Daniel – o prefeito de Santo André assassinado há 20 anos – para acusar Lula e o PT de um envolvimento no crime que jamais foi apontado pela justiça não poderia ser mais evidenciadora de que é apenas uma de muitas fake news de que se serve a extrema direita. Diz Moraes:

“[É de] conhecimento público e notório, [que] o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel se trata de caso encerrado perante o Poder Judiciário, com os responsáveis devidamente processados e julgados, estando cumprindo pena. Também é fato conhecido e amplamente divulgado que o Ministério Público de São Paulo encerrou definitivamente as apurações, não havendo notícia do envolvimento do Partido dos Trabalhadores ou de seus membros”.

A decisão foi dirigida a 14 sites e redes sociais, entre eles os de Flávio Bolsonaro e os dos deputados Otoni de Paula e Carla Zambelli (PL-SP) e também Max Guilherme, um policial militar convertido em “assessor residencial”.

Moraes. que semana passada havia mandado suas pender a veiculação de um suposto diálogo – evidentemente forjado – entre Ciro Gomes e alguém apontado como chefe de uma organização criminosa, sabia, claro, que seria atacado pelo bolsonarismo e – anotem aí – que vai receber novas acusações do próprio presidente da República, deixou claro o que fez, em seu despacho.

“Liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos mentirosos, agressivos, de ódio e preconceituosos! Há nítida percepção de que as mentiras divulgadas objetivam, de maneira fraudulenta, persuadir o eleitorado a acreditar que um dos pré-candidatos e seu partido, além de terem participaram da morte do ex-prefeito Celso Daniel, possuem ligação com o crime organizado, com o fascismo e com o nazismo, tendo, ainda igualado a população mais desafortunada ao papel higiênico. O sensacionalismo e a insensata disseminação de conteúdo inverídico com amanha magnitude pode vir a comprometer a lisura do processo eleitoral, ferindo valores, princípios e garantias constitucionalmente asseguradas, notadamente a liberdade do voto e o exercício da cidadania”.

Desta vez, parece que a Justiça não ficará em silêncio cúmplice diante dos “kit gay” e outras barbaridades monstruosas, mas é necessário fazer o que, desta vez PT fez: judicializar as denúncias, para que elas não se tornem aceitas pela omissão.

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