Amanhã, às 10 horas da manhã, seremos bem perto – quem sabe, até mais – de 1 milhão de brasileiros pela democracia, assinando a Carta aos Brasileiros e às Brasileiras em Defesa do Estado Democrático de Direito.
Não será, portanto, uma “cartinha”, como diz o presidente da República, fonte maior da insegurança e do medo de que não tenhamos um processo livre e respeitado de escolha dos nossos governantes.
Vivi 31 anos sem ter este direito e, agora, vou completar 33 com ele.
Ou pouco menos, porque na primeira escolha de presidente, em 1989, não foi a minha mão que marcou a cédula, mas a de minha filha que – eram tempos mais gentis – entrou comigo na cabine e me fez sentir que ela teria uma vida de escolhas, diferente da que foi a minha juventude, embora intensa na luta política.
Será que agora, de outro jeito, não temos de fazer isso por nossos filhos e netos? Será que não vale, para que eles sejam livres e senhores de suas vidas e de seu país, deixar de lado o medo e o receio?
Não posso e não podemos ter certeza de nada, a não ser de que a nossa omissão é menos uma pedrinha na muralha que precisamos erguer contra a barbárie que nos ameaça como uma sociedade que, com todas as suas mazelas, ainda é livre para dizer não à brutalidade e sim ao entendimento entre irmãos.
Ainda que isso, hoje, pareça uma utopia, é possível. Já vimos acontecer, naquela reconquista das liberdades de 1982, que, meu Deus, é tão menina nos seus 40 anos.
Nossos artistas – atores, músicos, cantores – emprestaram suas vozes para ler a carta e expressar os desejos de todos nós de que esta liberdade não seja machucada.
Empreste, vai, seu nome, assinando o texto.
É por você, por seus filhos e netos, é pelos brasileiros.