Bolsonaro encolhe com tumulto, mas precisa dele

Com as imagens que se pode ver na televisão e nos jornais, pode-se ver que são minúsculos os grupos que estão fechando as rodovias brasileiras, diferentemente dos efeitos que estão causando à população, imensos.

E que nem sequer ainda estão sendo sentidos em seu lado mais cruel: os preços dos alimentos, o que acontecerá se persistirem por mais alguns dias.

A cada minuto que passa, a responsabilidade pelo que está acontecendo produz os seus efeitos.

E estes são mais que o “encolhimento” de Jair Bolsonaro diante de seus próprios eleitores que, em sua imensa maioria, assistem estarrecidos seu ex-candidato portar-se como estimulador da baderna e do caos.

São o sinal que o atual presidente já não governa e que não está disposto, por maiores que sejam os danos ao país, a assumir suas responsabilidades públicas.

E que não vai contar, como é seu dever, a ação dos fanáticos bolsonaristas não só nos entroncamentos rodoviários – que acentuam sua “cópia” do trumpismo diante da derrota.

A razão é simples e sem surpresa: preservar seus núcleos fanáticos de apoio político.

A Jair Bolsonaro, mais do que sempre, só importa Jair Bolsonaro.

Lula, ao contrário, mostra que nada lhe é mais importante agora do que construir bases de sucesso para sua administração e, nisso, a atitude estúpida do atual presidente o ajuda, porque as forças políticas percebem que a ideia de oposição a Lula que tem Bolsonaro é a de um quisto de fanáticos, apenas.

Perigoso, sim, mas minúsculo.

Não há como o golpismo latente em muitas instituições – policiais ou militares – apoiar-se nele.

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