Enquanto Jair Bolsonaro hiberna no Palácio da Alvorada, completamente alheio às responsabilidade de governo que ainda tem, o bolsonarismo vai tomando a feição de um núcleo empedernido, agressivo e incompatível com a normalidade democrática.
Nada contra, mesmo esvaziadas, promover manifestações públicas. Mas não quando elas incitam à negação – e armada – do processo democrático das eleições, quando ocupa, incitando, as portas de quartéis por todo o país e quando se valem do poder econômico de setores do agronegócio, com seus reluzentes caminhões e tratores para fazerem o papel de “tanques” com os quais se ocupa a frente daquelas unidades militares.
Mais incrível ainda é que o façam com a tolerância – quando não o estímulo – das autoridades militares, sempre tão sensíveis quando se trata de aglomerações de sentido político diferente.
Nem de Bolsonaro, nem das Forças Armadas, portanto, surgem sinais de rejeição aos atos golpistas e, com a “infra” garantida por gente de dinheiro, eles não vão parar, mesmo esvaziados.
E as agressões aos ministros do Supremo, no exterior, revelam que estes estão perdendo não só os freios, mas os limites.
Daqui a pouco estaremos temendo que estes grupos venham a perturbara posse do governo eleito ou, até antes disso, desbordarem para ataques físicos com consequências imprevisíveis.
Não adianta querer dispersar quem está ali com despesas pagas. É preciso agir contra quem está pagando para que se ameace a democracia.