A conversa da CNI é a do Armínio: “os salários estão altos demais”

pibpercapita

O Estadão anuncia que a Confederação Nacional das Indústrias apresenta aos candidatos uma nova fórmula de reajuste do salário mínimo.

Fórmula, aliás, espertíssima.

O aumento, que hoje considera a inflação e o avanço do PIB de dois anos antes, passaria a usar como indicador o PIB per capita, ou seja, a divisão do PIB pela população.

Mas não dá no mesmo?

Não, não dá, porque a variação do  PIB per capita é sempre menor que a variação do PIB, salvo quando a população diminui.

Ou seja, quando morre mais gente do que nasce.

Como, supõe-se, a CNI não está pensando que haverá hecatombes no Brasil, matando gente em proporções colossais, a realidade é de um crescimento – embora menos veloz – da população e, portanto, um PIB per capita evoluindo em índices menores do que o PIB.

E onde vai bater essa crueldade de “dar um pouquinho menos”?

Em quem já ganha muito pouco, os mais humildes, os aposentados, os beneficiários de programas de amparo à velhice, à invalidez ou aos deficientes.

É a linha do “medidas impopulares” que a dupla AA – Aécio-Armínio – diz que não hesitarão em tomar.

Dê uma conferida lá no gráfico para ver quanto teria sido “economizado” no salário mínimo com esta fórmula.

E, como é índice sobre índice, cada uma destas diferenças se acumula.

De 2009 para cá – a lei considera a variação desde aquele ano – a diferença já ficaria na casa de sete a oito por cento, a menor.

Essa gente não consegue entender que trabalhador com dinheiro é consumidor.

Sem dinheiro, é recessão.

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11 respostas

  1. Essa dupla é boa pra nega deles. Esse Armíniio e do FHC querem afogar o povo brasileiro. Fora AECIO DO AERO-PO-RTO.

  2. E com relação aos altíssimos juros bancários será que a CNI teria alguma sugestão para baixá-los? Acabei de receber a fatura do cartão Visa. Na última página consta a seguinte informação: “Parcele esta fatura com taxa de juros de 9,99% ao mês (213,50% ao ano)”.

  3. Uma “mentirinha” impopular. E o que diz o “Paulinho da Farça” sobre esse benesse ao trabalhador humilde.

  4. O jornal globo estampa que a desoneração do governo não repercutiu quase nada no PIB e na geração de emprego. Conclui-se que mais uma vez
    o empresariado embolsou as iniciativas do governo e não investiu nada para o aumento da produtividade. Realmente são uns párias.

  5. Mas eles entendem, Fernando, e muito bem, que o produto do trabalho se divide em duas partes: o salário do trabalhador, trabalhador produtivo, evidentemente, e lucro. Se se diminui o salário, aumenta necessariamente o lucro do capitalista. Se aumenta o salário, necessariamente diminui o lucro do capitalista. Se se tiver qualquer dúvida a respeito dessa equação, leia-se Ricardo, Princípios de Economia Política e Tributação.

    Veja o que pensa o Greenspan, que o mesmo que pensa Aécio/Fraga:

    “Se os trabalhadores são mais inseguros, isso é muito “saudável” para a sociedade, porque eles não ficar perguntando sobre seus salários, não vão entrar em greve, não vão pedir participação nos lucros, e vão servir a seus patrões de bom grado e de forma passiva. E isso é ótimo para a saúde econômica das empresas”.

  6. “…Essa gente não consegue entender que trabalhador com dinheiro é consumidor. Sem dinheiro, é recessão.” Eles sabem, Fernando.

  7. Isto mostra que temos a reforçar cada vez o processo democratico para ue ideias como essa nao passe e que o trabalhador tenha sempre seus intereses defendidos pela força do voto.

  8. Esses especialistas, não têm nada que presta, para oferecer ao povo….
    Defendem seus bolsos seus patrões, estamos acordados, fora
    seu deus mercado que não passa de enganação,vi um cara na TV
    dizendo que a copa passou e agora os brasileiros caíram na real e que vai tudo mal,eu vou lhes dizer o mal são os que conspiram noite e dia contra o povo.

  9. Fernando vc se engana no que diz. Essas raposas velhas sabem bem que $ no bolso do trabalhador roda a economia. Mas o que eles se preocupam mesmo é com a $ no bolso deles e dos privilegiados. Não vejo a hora de um debate com Aécio Neves e Eduardo campos, serão massacrados.

  10. Passa tempo e passa tempo – porque o tempo não regride – e não há nenhuma mudança na industria. A industria nacional continua com o mesmo pensamento. Uma industria que está abaixo em relação à industria de países desenvolvidos não consegue nenhuma ideia que não seja diminuir os salários dos trabalhadores. Chega a dar nos nervos a falta de criatividade dos representantes da industria. É inacreditável que uma industria ineficiente consiga falar em redução de salários. Como a industria vai sair desse fosso em que está, se a unica ideia que consegue ter é reduzir salários ?
    A industria parece viver num mundo particular, no mundo em que está contida tudo está errado menos ela. Ela á a perfeição. O defeito dos outros é que a atrapalha. A bem pouco tempo, um de seus representantes disse que queria maior participação no mundo. A pergunta a ser feita é essa : como ter maior participação no mundo sem reconhecer o atraso que é responsabilidade dela mesma ?
    Parece que o setor industrial não tem a menor noção sobre si mesmo. O que pretende para participar do mundo. Uma industria inserida num País com população de 200 milhões de habitantes, com uma classe média em consolidação de cerca de 100 milhões de pessoas, um mercado interno em crescimento, necessidades de qualificação da mão de obra, de melhorar as tecnologias e a inovação, de produzir pesquisa, … . E ela vem falar em redução dos salários.
    Realmente é inacreditável.

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