As nuvens estão escuras e a janela está escancarada

Paulo Guedes, siderado como sempre, disse ontem que “os [outros] países estão revendo o crescimento para baixo; nós estamos revendo para cima”.

Alguém aí lembra daquela “recuperação em V“, quando a economia estava “bombando”, segundo o genial Ministro da Economia?

Sem política de investimento, sem segurança de regras fiscais, sem foco em políticas industriais, sem política que dê segurança ao crédito e ao consumo, diante da realidade de um a recessão mundial, alguém pode achar que esta será, também, uma simples “marolinha”?

Claro que com o governo despejando dinheiro em véspera de eleição, algum ânimo há de ter a economia, mas não se usará esta injeção de recursos para nada sustentável.

E, dado o tamanho da crise social que atravessamos, nem mesmo assim será superada a sensação de fracasso e desânimo que nos dá a visão dos brasileiros num estado de fome a abandono.

Estamos completamente indefesos diante do provável agravamento de uma economia que vive dos respingos que lhe dá a torrente de capital especulativo que nos vem – ou vinha, diante da aversão mundial ao risco – sem ter nenhuma proteção para isto.

A moeda norte-americana, todos os dias, há dois meses, tem o mesmo perigoso comportamento: abre em alta forte, testa limites cada vez mais altos (hoje foram os R$ 5,49) e depois cai um pouco, preparando o salto do dia seguinte, sempre de um patamar um pouco mais alto.

Estamos entrando na tempestade com as velas a todo pano – subsídios e renúncias fiscais extraordinários na casa de mais de R$ 200 bi – e gastando uma receita que sabemos que não virá.

E o timoneiro saiu para fazer motociatas.

 

 

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