A manchete do Estadão, hoje, é a confirmação do que se disse aqui há dois dias: a eleição de Rodrigo Pacheco à presidência do Senado custou uma cifra bilionária em recursos públicos do Orçamento da União: Os R$ 2,3 bilhões liberados na forma de “emendas do relator” – o tal “Orçamento Secreto” – aos senadores que lhe deram o voto de forma declarada, fora os que não se manifestaram. Ainda há outros 18 eleitores de Pacheco sem valores, porque o voto era, tanto quanto o Orçamento, secreto.
Agora imaginem o quanto custou a escolha de Arthur Lira para presidir a Câmara e ganhar o direito de “sentar em cima” dos pedidos de impedimento do Presidente da República. Os 302 votos que recebeu, certamente dados com o mesmo elevado espírito publico que os oferecidos a Rodrigo Pacheco, dão a ideia de quanto podem ter custado aos cofres públicos.
Não é preciso discutir a corrupção “em espécie” que pode vir daí, na execução de serviços e obras a que se destinem, na ponta, os valores liberados pelas emendas secretas.
Basta que se cuide da corrupção política que elas geram, ao estabelecer quem “levará obras” a seus eleitores e quem vai cumprir o papel para o qual foi eleito: o de representar politicamente quem lhe deu o voto e os partidos pelos quais subiram ao parlamento.
Quase todos eles pediram votos em nome da moralidade pública. E moralidade é, como se sabe, tudo aquilo que beneficia a quem a pede.